Papa aos Combonianos: oração e exemplo dos mártires no centro da missão


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu, nesta quinta-feira (1º/10), na Sala Clementina, no Vaticano, os oitenta e cinco participantes do 18º Capítulo Geral dos Missionários Combonianos do Coração de Jesus. 

“Este encontro me dá a oportunidade de manifestar a vocês e a todo o instituto o reconhecimento da Igreja pelo seu serviço generoso ao Evangelho”, disse o pontífice. 

Francisco iniciou sua reflexão com os Missionários Combonianos, começando da palavra ‘missionários’.
 
“Vocês são servidores e mensageiros do Evangelho, especialmente para aqueles que não o conhecem ou o esqueceram. Na origem de sua missão existe um dom: a iniciativa gratuita do amor de Deus que lhes dirigiu dois chamados: estar com Ele e pregar. Na base de tudo está a relação pessoal com Cristo, arraigada no Batismo, confirmada na Crisma e reforçada pela Ordenação”, disse o Papa.

“Neste espaço de oração se encontra o tesouro verdadeiro a ser doado aos irmãos através do anúncio. O missionário é o servidor do Deus que fala, que deseja falar aos homens e mulheres de hoje, como Jesus falava às pessoas de seu tempo e conquistava o coração das pessoas que iam ouvi-lo e ficavam admiradas com os  seus ensinamentos. Esta relação da missão ad gentes com a Palavra de Deus não se coloca tanto na ordem do ‘fazer’ mas do ‘ser’”, frisou Francisco.
 
Segundo o Santo Padre, “a missão, para ser autêntica, deve colocar no centro a graça de Cristo que jorra da Cruz. Acreditando Nele é possível transmitir a Palavra de Deus que anima, sustenta e fecunda o compromisso missionário. Por isso, devemos nos nutrir sempre da Palavra de Deus, para ser um eco fiel, acolhê-la com a alegria do Espírito, interiorizá-la e torná-la carne de nossa carne, como Maria. Na  Palavra de Deus existe a sabedoria que vem do alto, e que nos ajuda a encontrar linguagens, comportamentos e os instrumentos adequados para responder aos desafios da humanidade que muda”.

A segunda parte da reflexão do Papa Francisco se deteve sobre a segunda parte do nome do Instituto: ‘Combonianos do Coração de Jesus’. 

“Vocês contribuem com alegria para a missão da Igreja, testemunhando o carisma de São Daniel Comboni que encontra o  ponto qualificador no amor misericordioso do Coração de Cristo pelos homens indefesos. Este coração é fonte da misericórdia que salva e gera esperança. Portanto, como consagrados a Deus para a missão, vocês são chamados a imitar Jesus misericordioso e manso a fim de viver o seu serviço com coração humilde, cuidando dos que estão abandonados. Não se cansem de pedir ao Sagrado Coração de Jesus a mansidão que, como filha da caridade, é paciente, tudo perdoa, espera e suporta. Nele se aprende a mansidão necessária para enfrentar a ação apostólica em contextos difíceis e hostis”, frisou ainda o pontífice. 

Francisco disse aos combonianos que o Coração de Jesus que tanto amou os homens deve impulsioná-los a ir às periferias da sociedade para testemunhar a perseverança do amor paciente e fiel. “Que a contemplação do Coração ferido de Jesus renove em vocês a paixão pelas pessoas de nosso tempo, que se expressa com amor gratuito no compromisso da solidariedade, especialmente para com os desfavorecidos. Assim, vocês continuarão promovendo a justiça e a paz, o respeito e a dignidade de casa pessoa”, sublinhou o Santo Padre.

O Papa espera que a reflexão sobre as temáticas do capítulo ajude os combonianos a redescobrirem cada vez mais o seu grande patrimônio de espiritualidade e atividade missionária.     

“Prossigam, com confiança, a sua colaboração preciosa na missão da Igreja. Que o exemplo de muitos confrades que entregaram suas vidas ao Evangelho lhes seja de estímulo e encorajamento. Sabemos que a história do Instituto Combioniano é marcada por uma cadeia de mártires que chega até os nossos dias. Eles são semente fecunda na difusão do Reino e protetores de seu compromisso apostólico”, concluiu Francisco. (MJ)








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