José Martí, "o apóstolo", poeta e político de Cuba


Havana (RV) – O aeroporto da capital cubana, Havana, onde o Papa Francisco vai chegar, para a sua visita a Cuba, é intitulado José Martí. Quem foi este personagem?

Nascido em Havana, Cuba, em 28 de janeiro de 1853, José Julián Martí Pérez foi um poeta, jornalista, filósofo e político. Ligado à maçonaria, teve sua iniciação, em 1871, no Grande Oriente Lusitano.

Martí fundou o Partido Revolucionário Cubano (PRC) e planejou a “Guerra Necessária”, em 1895. Conhecido em Cuba como "O apóstolo", José Martí foi um dos pensadores de maior influência em seu país de origem, mas suas ideias ultrapassaram as fronteiras cubanas e se espalharam por diversas nações com ideologias parecidas às de seu país.

A mãe de José Martí nasceu nas Ilhas Canárias e seu pai na Espanha. Personagem fundamental no processo da independência de Cuba, contra os colonizadores espanhóis, "O apóstolo" é considerado um mártir no país. Além de sua atuação política, foi um pensador prolífico e também poeta. Desde jovem, demonstrava inquietude no que se refere aos assuntos cívicos e simpatizava com os ideais revolucionários, que começavam a ser introduzidos em Cuba.

Rafael Maria de Mendive, que conheceu em Havana enquanto frequentava a escola secundária, teve uma grande influência na vida de José Martí, tanto que era considerado seu mestre. Martí seguiu suas ideias e começou a participar da política cubana, escrevendo manifestos e organizando a distribuição de publicações que continham ideias separatistas no começo da Guerra dos Dez Anos.

A vida de Martí foi abalada com a prisão e a deportação de Mendive. Este episódio aumentou sua rebeldia e canalizou suas forças para deter a dominação da Espanha.

Em 1869, ainda jovem, José Martí publicou um folheto, de cunho separatista, intitulado “El Diablo Cojuelo” e o periódico “La Patria Libre”. Naquele mesmo ano, distribuiu o manifesto “El Siboney”, elaborado de forma manuscrita. Devido a difusão deste material, Martí foi preso por seis meses e acabou sendo alvo de processos do governo. Sua pena foi comutada em prestar serviços forçados.

Em 1871, sua família conseguiu o indulto, comutando a sua pena inicial com a deportação para a Espanha. Naquele país, Martí publicou “El Presidio Politico em Cuba”, sua primeira denúncia de grande relevância, que refletia a crueldade dos maus-tratos nas prisões de Cuba. Desde então, tornou-se conhecido entre os intelectuais da época, obtendo, em 1874, Doutorado no curso de Leis, Filosofia e Letras na Universidade de Zaragoza.

Em 1895, ao comandar um pequeno contingente de patriotas cubanos, enfrentou, de forma inesperada, os soldados espanhóis nas cercanias de “Dos Ríos”. No confronto, acabou sendo atingido por uma bala e faleceu.

Seu corpo foi esquartejado pelos soldados espanhóis, que expuseram seu cadáver à população. Foi sepultado em Santiago no dia 27 de maio de 1895. (MT)








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