Migrantes: A crise europeia na política de acolhimento

Segundo notícias da Agência Dogan pelo menos 22 migrantes, incluindo quatro crianças, morreram nesta terça-feira na costa sudoeste da Turquia, na sequência do naufrágio da embarcação com a qual tentavam chegar à ilha grega de Kos. Segundo a mesma fonte a Guarda Costeira turca salvou duzentas e onze, dentre as pessoas que vinham na embarcação, que naufragou na região de Datça onde prosseguem, até ao momento, as operações de busca de sobreviventes.

Enquanto isso a Europa continua dividida e incapaz de chegar a um acordo sobre uma estratégica comum de acolhimento dos migrantes.  A Hungria fechou nesta segunda-feira a principal passagem da sua fronteira com a Sérvia, por onde entravam no país milhares de migrantes, aprofundando muitos migrantes no drama da sobrevivência e da busca de um destino. A Áustria e a Eslováquia juntaram-se à iniciativa da Alemanha, de restabelecer os controlos fronteiriços, suspendendo assim o espaço Schengen de livre circulação, vigente há vinte anos.

Na fronteira austro-alemã os engarrafamentos estão a bloquear as passagens fronteiriças, enquanto os refugiados que procuram chegar à UE ficam do outro lado da fronteira, na Sérvia. Em Bruxelas, a oposição de vários países do Leste europeu impediu o alcance de um acordo que previa a distribuição dos migrantes em 120 mil, por cada país, em dois anos, sobretudo dos refugiados de guerra provenientes da Síria e do regime ditatorial de Isayas Aferworki, na Eritreia.

Entretanto a Hungria terminou, nesta segunda-feira, um cerco de 175 quilómetros de extensão para impedir a chegada de imigrantes da Sérvia e as autoridades fecharam a passagem de Roezke que servia de principal ponto de acesso da fronteira com esse país. Por essa passagem entravam por dia milhares de migrantes. Para tentar reforçar e forçar os acordos que não estão a ser aceites por todos os países do Bloco europeu a Alemanha sugeriu o corte de fundos aos países da EU contrários à participação na repartição dos migrantes.