Dom Paul Gallagher: Por um mundo sem armas nucleares


Viena (RV) - O Secretário das Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher, discursou nesta segunda-feira (14/09), em Viena, na Áustria, na 59ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).
 
Segundo o arcebispo, o desenvolvimento tecnológico apresenta hoje desafios fundamentais que chamam em questão a responsabilidade humana, a solidariedade e a cooperação social. 

“Um mundo sem armas nucleares não é somente um ideal moral, mas deve ser perseguido através de iniciativas políticas concretas, sobretudo da parte das potências nucleares”, destaca o prelado no jornal da Santa Sé, L'Osservatore Romano.

Em seu discurso, Dom Gallagher evidenciou o apoio da Santa Sé a uma ação da Aiea “que promove a cooperação internacional no uso da tecnologia nuclear para fins pacíficos e por um desenvolvimento humano integral. Setenta anos depois dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki e depois de várias iniciativas políticas que surgiram naquelas décadas, a Aiea permanece um agência indispensável na promoção da segurança humana”.

Segundo o arcebispo, “as aplicações pacíficas das tecnologias nucleares permitem a muitos Estados de se aproximarem da realização de seus objetivos de desenvolvimento e estão em linha com a recente Encíclica ‘Laudato si’ do Papa Francisco, por uma gestão responsável de nossos recursos humanos e naturais”. 

“As tecnologias nucleares estão melhorando a agricultura, o controle da poluição, a gestão dos recursos hídricos, a nutrição, a segurança alimentar e o controle de doenças infeciosas.” O purpurado citou a contribuição da Aiea na luta contra o câncer, sobretudo em alguns países pobres do mundo. “Estes e outros esforços estão melhorando a qualidade de vida de milhões de pessoas. É preciso continuar apoiando e reforçando a contribuição da Aiea em prol do desenvolvimento sustentável”, disse ainda Dom Gallagher.

No plano moral e social, o uso nuclear apresenta ainda desafios enormes. “Muitas vezes a necessidade, definida em termos de utilidade e concessões restritas da segurança nacional, é o critério prevalente que governa a tecnologia ao invés da responsabilidade, da solidariedade e a segurança cooperativa”.

A segurança “requer também desenvolvimento socioeconômico, participação política, respeito pelos direitos humanos e pelo papel da lei, cooperação e solidariedade no âmbito regional e internacional”, porque, “como disse o Papa Francisco em dezembro passado: “A segurança do nosso próprio futuro depende da garantia da segurança pacífica dos outros, pois se a paz, a segurança e a estabilidade não forem fundadas no plano global, jamais serão gozadas.” (MJ)








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