2015-09-10 11:59:00

Missionários com espirito sempre renovado, concreto e criativo


Foi com os olhos postos no próximo Sínodo ordinário dos bispos sobre a Família a ter lugar em Outubro no Vaticano que o Papa Francisco falou hoje a cerca de 400 membros das Equipas de Notre Dâme, ao recebê-los esta manhã em audiência, na Sala Clementina,  por ocasião do seu encontro mundial. 

O Papa começou por lhes pedir para rezarem por ele e pelos padres sinodais que se vão debruçar sobre o tema da família, ameaçada pelo actual contexto cultural difícil.

Sendo as Equipas de Notre Dâme um movimento de espiritualidade conjugal, situa-se – disse o Papa – plenamente na atenção da Igreja pela família, seja promovendo a maturação dos casais que participam nessas equipas, seja com o apoio fraterno a outros casais, em espírito de enviado missionário.

O Papa insistiu, de facto, no papel missionário das Equipas de Notre Dâme, sublinhando que o cristão é um enviado para testemunhar e transmitir quanto recebeu de Cristo e da Igreja. E citando a sua Exortação “Evangeli Gaudium”, Francisco disse que a “nova evangelização implica um novo protagonismo de cada baptizado”, e prosseguiu:

“Aquilo que vós viveis no casal e na família – acompanhado pelo carisma do vosso movimento – esta alegria profunda e insubstituível que o Senhor vos faz experimentar na intimidade doméstica entre as alegrias e tristezas, na felicidade da presença do vosso cônjuge, no crescimento das vossas crianças, na fecundidade humana e espiritual que Ele vos concede, tudo isto deve ser testemunhado, anunciado, comunicado aos outros a fim de que se ponham também nesse caminho”

O Papa foi avante no seu discurso às Equipas de Notre Dâme, indicando três pontos fundamentais.

Antes de mais encorajou todos os casais a pôr em prática e a viver em profundidade, com constância e perseverança, a espiritualidade deste movimento. Para isso indicou a oração conjunta no casal e na família, uma tradição infelizmente abandonada, mas necessária; depois o diálogo, aquele “dever de sentar-se” para um momento de intercâmbio na verdade e perante o Senhor. Por fim a participação fiel numa vida de equipa para a partilha, a ajuda, o conforto, a amizade.

E às equipas, assim fortificadas, o Papa convidou, em segundo lugar, ao empenho missionário. Isto é muito importante hoje, num mundo em que a imagem da família, formada por um homem e uma mulher para a geração de filhos, como Deus a quis, está a ser deformada. Dizendo-lhes que são já de algum modo missionários, enquanto uma família feliz e equilibrada, habitada pela presença de Deus, é já de per si exemplo do Amor de Deus entre os seres humanos, o Papa convidou-os a se empenharem nisso sempre com espírito renovado e de forma concreta e criativa, particularmente em relação aos jovens casais, antes e depois do matrimónio.

“Exorto-vos a continuardes a estar próximos das famílias feridas, que são hoje muito numerosas devido à falta de trabalho, à pobreza, a problemas de saúde, a um luto, a preocupações causadas por uma criança, ao desequilíbrio provocado por um afastamento ou uma ausência, a um clima de violência. Devemos ter a coragem de entrar em contacto com estas famílias, de maneira discreta, mas generosa, humana e espiritualmente, naquelas circunstâncias, em que se sentem vulneráveis”.

Em terceiro lugar o Papa encorajou as Equipas de Notre Dâme a serem instrumentos de misericórdia de Cristo e da Igreja em relação às pessoas cujo matrimónio fracassou, dizendo-lhes para não se esquecerem que a sua felicidade conjugal é um dom de Deus e que em relação a cada um de nós foi usada a misericórdia.  A experiência de casal feliz e unido pode ajudar a comunidade a discernir sobre aqueles que vivem situações de dilaceração e a reencaminhá-los para as vias do Senhor e para a vida da Igreja – disse Francisco – recordando que essas situações de desunião provocam muitos sofrimentos nas crianças.

O Papa concluiu renovando a sua confiança e encorajamento às “Caras Equipas de Notre Dâme” e exprimiu o desejo de que o Espírito Santo ilumine a Igreja na decisão que tomará em relação à causa de beatificação do P. Enrico Caffarel, fundador dessas Equipas que, disse, já chegou a Roma. 








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