Escolas cristãs em Israel permanecem fechadas por falta de acordo


Jerusalém (RV) – O Secretariado Geral do Departamento das Escolas Cristãs em Israel interpreta como “um passo positivo” o encontro realizado com o Presidente israelense Reuven Rivlin para discutir a crise que envolve as escolas cristãs em Israel. Não obstante isto, são “necessárias ulteriores negociações” e portanto, “as escolas permanecerão fechadas até nova ordem”. A declaração da suspensão das atividades escolares foi confirmada no comunicado do Secretariado, divulgado também pelo Patriarcado Latino de Jerusalém.

Na reunião realizada em 24 de agosto, estavam presentes pela parte católica, o Vigário Patriarcal para Israel do Patriarcado Latino, o Bispo Giacinto-Boulos Marcuzzo, Presidente do Comitê de negociações, acompanhado de uma delegação. Pelo lado israelense, além do Presidente Rivlin, tomaram parte no encontro o Ministro da Educação Naftali Bennett, acompanhado por uma Delegação do Ministério.

“O Presidente Rivlin – lê-se em um comunicado – abriu a reunião demonstrando apreço pelo papel desempenhado pelas escolas cristãs em Israel, sublinhando a importância da excepcional experiência pedagógica que proporcionam. O Ministro Bennet, por sua vez, reafirmou o apoio à presença de escolas cristãs no país e o esforço em buscar soluções para resolver a crise dos balanços por ela enfrentada. As escolas cristãs estão empenhadas em preparar um relatório técnico sobre os balanços e os aspectos financeiros da própria atividade educativa”.

Em 27 de maio passado, as escolas cristãs de Israel – frequentadas por 30 mil estudantes, dos quais somente a metade são cristãos – haviam organizado uma manifestação sem precedentes para denunciar as políticas discriminatórias por parte do governo. Estas escolas pertencem à categoria “reconhecidas, mas não públicas” e recebem um financiamento parcial do Ministério. O restante dos custos é coberto pela cota correspondente aos pais. Há anos o Ministério da Educação de Israel tenta reduzir o orçamento das escolas cristãs (nos últimos dez anos a redução foi de 45%), o que obrigou as escolas a repassar os custos para as famílias. O corte dos financiamentos pesa sobretudo nos pais da população árabe-israelense, para quem o rendimento familiar mensal está muito abaixo da média nacional.

Antes destas manifestação, um comitê nomeado pelo Departamento das Escolas Cristãs em Israel havia conduzido por oito meses tratativas com o Ministério, que propôs que as escolas cristãs se tornassem públicas. A proposta foi interpretada pelos titulares das escolas (Igrejas e mosteiros) como o fim do empreendimento educacional cristão e um grave golpe para as comunidades cristãs na Terra Santa. (JE)

 

 








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