Presidente do Burundi tomou posse para mais um mandato de 5 anos

No Burundi, Pierre Nkurunziza tomou posse quinta-feira 20 para um terceiro mandato de cinco anos como chefe de Estado. A cerimónia teve lugar no Palácio dos Congressos de Bujumbura, tendo sido anunciada apenas algumas horas antes, alegadamente por razões de segurança.

Nenhum chefe de Estado estrangeiro esteve presente. Segundo a agencia angolana de notícias, ANGOP, apenas a África do Sul terá sido representada a nível ministerial. Vários países africanos, assim como a China e a Rússia enviaram os seus embaixadores. Os países da União Europeia e os Estados Unidos estavam representados por diplomatas de escalão inferior.

Conforme a Constituição, o presidente prestou juramente perante o Tribunal Constitucional, com as duas câmaras do Parlamento reunidas. Esse juramento marca o início de um mandato muito controverso e considerado inconstitucional.

Recorde-se que Nkurunziza fora eleito em 2005 pelo parlamento, depois em 2010 e por último a 21 de Julho passado por sufrágio universal directo. A oposição, a sociedade civil e a Igreja Católica  e ainda uma facção do próprio partido de Nkurunziza, consideram que este terceiro mandato é contrário à Constituição e ao Acordo de Arusha que abriu o caminho para o fim da guerra civil (guerra que entre 1993 e 2006 provocou 300 mil mortos), e que limita a dois o número de mandatos presidenciais.

Em Maio houve uma tentativa de golpe de Estado militar,  sufocada por uma brutal repressão. Houve também semanas de manifestações, principalmente em Bujumbura, contra esse terceiro mandato.

A situação de insegurança que se instaurou no país, continua a degradar-se com ataques nocturnos contra a polícia e os assassinatos verficiaram-se  em Bujumbura e nas províncias.

Observadores temem um retorno da violência em grande escala num país, cuja história pós-colonial tem sido marcada por massacres inter-étnicos e que continua traumatizada pela acima mencionada guerra civil. (DA)