Dom Marciante: contesto transformar o funeral em show


Roma (RV) – Condenação de ‘funeral show’ e da instrumentalização da morte, mas se não existe posicionamento contra a doutrina da Igreja, o funeral não pode ser proibido. O posicionamento é do bispo auxiliar do setor Leste de Roma, Dom Giuseppe Marciante, sobre a cerimônia fúnebre de Vittorio Casamonica. O bispo Marciante foi entrevistado pela Rádio Vaticano.

Dom Marciante – “Eu também fiquei perplexo pelo modo de celebrar o funeral. Não estava em Roma, nem sabia desse tipo de funeral show, certamente contesto fortemente esse modo de instrumentalizar a morte, de celebrar um funeral. Depois, tem o distanciamento de uma mentalidade mafiosa, arrogante, violenta. E ainda tem a figura do defunto, um católico, um cristão, era batizado, era um pecador e sabemos pelos jornais que tipo de vida fez, mas sobre isso não podemos nós expressar um parecer porque o reservamos a Deus. Então, se não existe um posicionamento contra a doutrina da Igreja, o funeral não pode ser proibido. Claro que, se nós tivéssemos tido conhecimento que atrás desse funeral tinha um espetáculo, teríamos sugerido de celebrar as exéquias num modo mais discreto.”

Rádio Vaticano – Então, o senhor não tinha conhecimento da situação...

Dom Marciante – “Não, absolutamente, ninguém de nós sabia, me parece que nem mesmo o prefeito sabia. A Igreja tem uma posição clara contra a vida mafiosa, então, se envolver na vida espiritual de quem se manchou com esses crimes é uma outra história.”

RV – Mas um pároco que se encontra numa circunstância parecida em que se encontrou Pe. Manieri pode fazer apelo à consciência?

Dom Marciante – “Não, o pároco consulta os órgãos competentes e se decide o que fazer. Então, aquilo que contesto é transformar o funeral num show. Papa Francisco fala também de misericórdia. Dessa forma, existe de uma parte a condenação da mentalidade mafiosa, mas a outra parte diz que o Senhor usa também o método da misericórdia.” (AC)








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