Farc faz pedido oficial para encontrar Papa pela paz na Colômbia


Havana (RV) – O vice-diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Pe. Ciro Benedettini, afirmou que “não está previsto nenhum encontro entre o Santo Padre e os representantes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)” na agenda do Papa em setembro, a Cuba. Nestes dias, Dom Luis Castro Quiroga, arcebispo de Tunja e presidente da Conferência Episcopal da Colômbia, falou que seria “uma possibilidade realizável”. A declaração foi feita nesta segunda-feira (17), durante uma reunião entre a delegação do episcopado e as Farc na capital cubana. 

Ao mencionar que uma tal eventualidade seria possível de acontecer durante a visita do Papa a Cuba entre 19 e 22 de setembro, Dom Quiroga quis, no entanto, precisar: “é uma coisa que não depende de nós, mas do governo de Cuba, além da Igreja cubana”. O arcebispo também sublinhou que o Papa está informado sobre as negociações pela paz na Colômbia e, certamente, “seria útil para ele ter notícias dos protagonistas das tratativas”.
 
Com as Farc, acrescentou Dom Quiroga, “temos falado sobre esses temas, em particular sobre o que fazer até que o desejo de Francisco – dar uma ajuda para alcançar a paz, possa ser concretizado num modo prático, como por exemplo, através de um delegado seu”. “Todos veem positivamente uma participação do Papa nesse processo”, observou ele, que também explicou: “essa ideia é uma boa proposta. Não penso que ocorra uma intermediação nossa entre o Santo Padre e as Farc”.
 
Da outra parte, um negociador das Farc, Ivan Marquez, além de confirmar o interesse e o pedido de encontro com o Papa, declarou: “queremos saudar de coração o Papa Francisco. Talvez nos ofereça essa ‘oportunidade’. A gente tem uma postura muito positiva e queremos fazer progredir o processo de paz, em particular, com o apoio do mundo católico. A Igreja oferece toda a sua experiência para conseguir um acordo final”.
 
Ante de concluir, Ivan Marquez, fazendo referência ao encontro com a delegação do episcopado, contou aos jornalistas: “conversamos sobre todos os temas em discussão. Debatemos sobre a necessidade de verdade total sobre justiça e reparação. Falamos também sobre parar com o fogo bilateral e definitivo. Enfim, informamos os bispos sobre o início de uma discussão sobre o fenômeno dos grupos armados paramilitares de direita, já que sem um fim desse fenômeno na Colômbia, não existirá nunca uma paz verdadeira”. (AC/Il Sismografo)








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