2015-08-13 14:20:00

Bissau - Presidente demitiu o Governo de Domingos Simões Pereira


A Guiné-Bissau está sem Governo. O Presidente da República, José Mário Vaz, demitiu na noite de quarta para quinta-feira o Governo chefiado por Domingos Simões Pereira. O anuncio foi lido na Rádio Nacional às 23.10, duas horas depois de o Presidente ter dirigido um discurso à Nação, em que dizia que uma remodelação governamental não chegava para resolver a crise política no País.

Na base disto estão as tensões entre Domingos Simões Pereira e José Mário Vaz na forma de gerir o país, nomeadamente a questão dos fundos que a Comunidade Internacional prometeu à Guiné-Bissau.

Na realidade era já desde o ano passado que se vinham registando algumas tensões entre a Presidência da República e o Governo, mas em março Domingos Simões e Jomav (como é conhecido o Presidente) deram sinais de união em Bruxelas, durante uma conferencia internacional sobre o País, permitindo mobilizar apoios na ordem de mais de mil milhões de euros para o desenvolvimento da Guiné-Bissau.

Mas em Junho a situação piorou, levando o Governo a pedir a confiança do Parlamento, o que obteve por unanimidade.  É que havia rumores de que Jomav queria a todo o custo demitir o Governo, o que começou por desmentir, até vir agora, sem justificações claras, a pôr em acto. E isto embora tenha sido desaconselhado a tomar tal decisão por diversas forças politicas africanas e internacionais.

Entretanto começaram a chegar reacções internacionais: o ex-Presidente de Timor Leste, José Ramos Horta, que foi durante algum tempo, representante da ONU na Guiné-Bissau, declarou-se consternado com a decisão de Jomav e disse que vai aconselhar ao Governo timorense a congelar de imediato a sua cooperação com a Guiné-Bissau. Ele afirmou ainda que a Guiné corre o risco de ficar cronicamente instável e isso significa afugentar os parceiros e investidores (…) e não se sabe como será o futuro da Guiné-Bissau”.

Por seu lado o Primeiro Ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, reagindo à situação de instabilidade naquele país irmão, disse: “Temos uma grande confiança no povo da Guiné-Bissau”. Espero – continuou  -  que “todos os órgãos de soberania estejam à altura das aspirações. Dos sentimentos dos guineenses para que haja estabilidade e haja tranquilidade suficientes para que a Guiné possa retomar os caminhos do desenvolvimento” . 

(DA)








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