China retira cruz de igreja após fim de protesto pacífico


Pequim (RV) – Autoridades chinesas removeram a cruz de uma igreja, na última sexta-feira (31/8), depois que alguns cristãos foram impelidos a por fim à manifestação pacífica em que tomaram o telhado do edifício para proteger a cruz daquilo que eles disseram ser uma remoção injusta.

A China comunista garante oficialmente a liberdade de religião apesar das autoridades suspeitarem, frequentemente, da atuação de alguns grupos religiosos. Os cristãos da província de Zhejiang, que abriga uma crescente população cristã, dizem que as autoridades têm procedido às remoções desde o ano passado, o que tem criado tensão entre autoridades e igrejas.

Um vídeo enviado à agência Reuters por Zhang Zhaoxia, da Igreja Ya de Huzhou, mostra as autoridades usando um guindaste para remover a cruz da torre da igreja. A agência, contudo, não pode verificar a autenticidade do registro.

Cerca de 22 membros da igreja permaneceram no telhado por um mês para proteger a cruz até que o governo contatou as famílias afirmando que a ocupação teria que terminar naquele dia. Os protestantes foram então retirados pelos familiares.

Pan Yingjue, uma das protestantes, disse que as autoridades afirmaram que a cruz não seria removida, o que mais tarde não foi respeitado. “Se os alicerces da sua casa fossem casualmente desmantelados e removidos, como você se sentiria?”, disse Pan. “A cruz esteve lá todo este tempo e não atrapalhou a vida de ninguém. Por que eles tiveram que removê-la?

Integrantes da igreja disseram não terem sido informados sobre a razão da retirada da cruz. Uma autoridade do governo de Huzhou, que não quis se identificar uma vez que não está autorizado a falar com a imprensa internacional, disse que a cruz estava sendo transferida para uma parede da igreja.

“A polícia não retirou a cruz, estava transferindo-a do telhado para uma parede exterior”, disse.  Ele se negou a responder outras questões, dizendo: “A questão religiosa na China é altamente política”.

O jornal Global Times, controlado pelo governo, disse em julho que as autoridades de Zhejiang negaram ter demolido cruzes, mas afirmou que algumas delas foram “relocadas” por questões de segurança. Nesta quarta-feira, o jornal disse que as cruzes nas igrejas de Zhejiang violaram as leis arquitetônicas.

Ativistas denunciaram um grande crescimento de remoções em Zhejiand nas últimas semanas. (RB/Reuters)








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