Índios do Panamá pedem ajuda do Papa contra hidrelétrica


Cidade do Panamá (RV) – “Contamos com as palavras inteligentes e sábias do Papa na esperança de que possam instar o governo a suspender o projeto da hidrelétrica Barro Blanco, evitando assim um novo derramamento de sangue”.

Nestes termos, os índios da etnia Ngäbe Buglé pedem, em uma carta enviada ao Papa, que o Pontífice intervenha na promoção de um acordo sobre a polêmica construção da barragem em suas terras ancestrais.

A carta foi entregue à Nunciatura Apostólica no Panamá por uma delegação de chefes indígenas liderada por Ricardo Miranda, líder do “Movimento 10 de abril” e secretário da Comissão indígena de diálogo com o governo panamenho.

Confrontos

Na semana passada, violentos confrontos entre a polícia e manifestantes foram registrados após os índios terem bloqueado a estrada Pan-americana em protesto ao anúncio unilateral do fim das negociações por parte do governo, no início de julho.

Na sequência dos confrontos, o Vice-Presidente prometeu a retomada das negociações na presença de mediadores das Nações Unidas, mas os manifestantes, especialmente a comunidade Ngäbe Buglé, desesperada para proteger sua terra, não confiou na declaração.

Tradição ancestral

A construção da hidrelétrica começou em 2011 no leito do rio Tabasara, cujas águas protegem um ícone pré-colombiano venerado pela Igreja de sincrética Mama Tadta. O futuro lago ainda tomaria cerca de 6 hectares das terras dos Ngäbe Buglé.

Ainda naquele ano, a Igreja católica foi convidada a ser mediadora entre os índios e o governo. Dom José Luis Lacunza, mais tarde criado cardeal, convidou a escutar com atenção as demandas de ambas as partes. (RB)








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