Cidade Santa dividida: muçulmanos defendem mesquita de invasão ortodoxa

Jerusalém (RV) – A polícia israelense fez uma incursão na mesquita Al-Aqsa, neste domingo (26/7), após judeus ortodoxos tentarem chegar até a esplanada das mesquitas, onde fiéis muçulmanos levantaram barricadas e atiraram pedras para impedir o acesso.

Após a incursão, os muçulmanos revidaram à polícia atirando pedras, esta, por sua vez, utilizou gás lacrimogênio. Fontes locais relataram numerosos feridos em ambas as partes envolvidas no confronto.

Tradição

O domingo marcou, para os judeus, o 9º dia do mês de Tisha B'Av, no qual se recorda a destruição do templo de Jerusalém pelos soldados romanos sob o comando do imperador Tito.

Segundo a tradição ortodoxa, o antigo templo também ocupava a área da esplanada das mesquitas. Nesta recorrência, milhares de judeus rezam diante do muro das Lamentações – única parte remanescente do templo.

“Reviveu-se assim a constante da intolerância mais obstinada que, agravada por motivações políticas, separa judeus e muçulmanos, os primeiros com o desejo de manter vivo o emblemático lugar da sua fé, e os segundos, em defender a todo custo a inviolabilidade do terceiro lugar sagrado do Islã”, afirmou o correspondente da RV em Jerusalém, Graziano Motta.

“Uma situação que imerge, como refletia o padre dominicano Marcel Dubois, no mistério de Jerusalém”, concluiu. (RB)