Líderes religiosos pedem paz definitiva na Colômbia


Bogotá (RV) – Termina nesta sexta-feira (24), a reunião ordinária do Departamento de Vocações e Ministérios do Celam, em que o arcebispo de Maringá/PR, Dom Anuar Battisti, pela primeira vez, participa como presidente. Ele foi eleito em maio deste ano para assumir a gestão que vai até 2019.

De 1991 a 1995, Dom Anuar Battisti morou em Bogotá, sede do Conselho Episcopal Latino-Americano, onde trabalhou como secretário-executivo do mesmo Departamento. O Celam, fundado em 1955, é um organismo da Igreja que promove a comunhão e serve de espaço para a reflexão, colaboração e serviço do episcopado da América Latina e do Caribe.

Nesta semana, Bogotá também serviu de ambiente de união em busca da paz no país. Na quarta-feira (22), cerca de quinze líderes religiosos foram recebidos pelo Presidente Juan Manuel Santos, no Palácio Presidencial ‘Casa de Nariño’. Durante o encontro, eles exortaram ao presidente que o governo continuasse empenhado no diálogo com a guerrilha das Farc até chegar a um acordo sólido e concreto de paz.

Na oportunidade, foi entregue uma carta com as motivações da Campanha Inter-religiosa ‘Acreditar na Reconciliação’, promovida em 26 comunidades religiosas e espirituais do país. O documento sublinha “a urgência de recuperar a cultura do perdão como vacina e cura contra o perverso e contínuo retorno da vingança”. O grupo de religiosos enalteceu a tarefa fundamental do governo de avançar no diálogo “até terminar o conflito armado sem se levantar da mesa de negociações com um acordo post-bélico”. “As armas”, diz o texto, “são a derrota da palavra e a negação do supremo valor da bondade, da generosidade e da compaixão”.

Os líderes religiosos sintetizaram alguns aspectos relevantes da declaração conjunta fruto de um processo de diálogo apoiado pela iniciativa “Reconciliação Colômbia”, para voltar a recuperar a confiança dos colombianos nas instituições e na própria pátria. Na carta, com data de 5 de julho, os líderes lembram que a importância da declaração conjunta tem, nas suas bases, a consciência de que a crise na Colômbia é uma crise espiritual e é com o próprio empenho espiritual que pode ser superada.

No documento se lê: “Queremos dizer que não justificamos as armas. Com o uso das armas foram transgredidos os mais elementares princípios de humanidade: morte de civis indefesos, mulheres violentadas, crianças recrutadas e assassinadas, ataques indiscriminados que causaram danos à natureza e crimes de guerra” que denegriram a dignidade da vida dos colombianos.

A importância e a credibilidade da voz das comunidades religiosas e espirituais entre colombianos foi o primeiro aspecto enfatizado pelo presidente Santos, durante o encontro. “É fundamental o exemplo que os líderes religiosos podem dar ao mundo”, disse ele, “em mostrar que, mesmo com as diferenças, podem se unir por uma causa comum, apoiar a luta contra a violência e por fim a decênios de conflito armado.

Na conclusão do encontro com o presidente Santos, os líderes religiosos fizeram uma oração conjunta pela paz no país. A Igreja Católica esteve representada pelo padre Pedro Mercado, diretor do Departamento de Promoção da Unidade e do Diálogo, e secretário-adjunto da Conferência Episcopal da Colômbia. Também estiveram presentes os delegados do Conselho Evangélico, do Centro Cultural Islâmico, da Comunidade Budista Tibetana-Guelugpa, das Igrejas Luterana, Menonita, Anglicana Episcopal, Presbiteriana e Ortodoxa, além de outras comunidades espirituais e organizações pela paz.

(AC)








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