Chilenos rejeitam mediação do Papa na disputa com a Bolívia


Santiago (RV) – A maioria dos chilenos rejeita uma mediação do Papa Francisco na contenda entre Chile e Bolívia que envolve uma saída para o Oceano Pacífico. É o que revela uma pesquisa realizada entre 50 mil chilenos sobre o pedido da Bolívia de uma saída para o mar, perdida na guerra travada com o Chile no final do século XIX. O Papa Francisco referiu-se à questão durante sua recente viagem à América Latina.

A pesquisa realizada pelo Instituto CADEM revelou que 85% dos chilenos rechaça a intermediação do Papa. Apenas 10% dos entrevistados mostrou-se favorável, enquanto 2% afirmou não saber e 3% não quis se manifestar.

Palavras do Papa

As palavras do Papa Francisco durante a viagem, afirmando “não ser injusto” que a Bolívia pleiteie uma saída para o mar, foram desaprovadas por 70% dos chilenos entrevistados, enquanto 23% mostrou-se favorável ao discurso do Papa, 4% nem a favor nem contra e 3% preferiu não responder.

Tribunal de Haia

A pesquisa - que investigou sobre a ação que a Bolívia apresentou contra o Chile na Corte Internacional de Justiça de Haia – revelou por sua vez que 50% dos chilenos acredita que o Tribunal dará um veredicto “dividido, buscando antes analisar a fundo os argumentos”. 35% dos entrevistados, por sua vez, consideram que o Tribunal de Haia será favorável ao Chile e se declarará incompetente na questão, contra 6% que acredita que o Tribunal internacional se declarará competente.

O conflito

O Chile invadiu solo boliviano em fevereiro de 1879, anexando ao final do conflito 400 km de costa e 120.000 km2 de territórios. Desde então, a Bolívia reivindica em diferentes foros internacionais o direito de recuperar o acesso ao mar. Após entrar com uma Ação contra o Chile na Corte de Haia, em 2013, o respaldo que recebeu foi crescendo paulatinamente. (JE)








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