Pais de desaparecidos no México querem encontrar o Papa


Cidade do México (RV) – Organizações civis de migrantes mexicanos radicados nos Estados Unidos solicitaram ao Papa Francisco uma audiência para uma comissão formada por pais dos 43 estudantes desaparecidos em 26 de setembro em Iguala, México. O encontro se realizaria durante a visita do Pontífice aos Estados Unidos, de 22 a 26 de setembro.

A carta

Na carta intitulada “México é Ayotzinapa e México apela ao Papa” a Coalização de Mexicanos sem Fronteiras e Imigrantes, além de outras organizações, escrevem ao Papa que “com o mesmo espírito dos ideais de liberdade que motivaram a realização do I Congresso Continental celebrado na Filadélfia em 1776, marco da Independência dos EUA, nos unimos para fazer chegar esta carta até o senhor”.

Nação ferida pela violência

“Milhares de mexicanos se encontram em uma desesperada situação pela perda progressiva de esperança diante do assassinato sistemático dos nossos”, escrevem. Somos “uma nação ferida pela decomposição social derivada de um círculo de violência alienante”. “Padre Bergoglio – continua a carta - como sacerdote latino-americano você conhece a realidade de nossos povos. Sabemos que o México está em suas orações e compreendemos que, mesmo que não tenha uma data para visitar nosso ensanguentado país, a situação do México ocupa um lugar transcendental em sua agenda da alma”.

Estudantes mortos e desaparecidos

Os mexicanos que assinaram a carta recordam ao Pontífice o que aconteceu na cidade de Guerrero, de 26 e 27 de setembro de 2014, e as mobilizações em todo o mundo para exigir justiça para os crimes contra os estudantes da Normal de Ayotzinapa. O saldo conhecido é de 3 mortos e de 43 desaparecidos, além de 20 feridos. “Milhares de mexicanos, dentro e fora do país – afirmam - assumem esta dor como sua e fizemos de Ayotzinapa nossa bandeira para exigir justiça e para que cesse toda a violência”.

Eles apelam à histórica vinculação da Companhia de Jesus na salvaguarda e integridade  da América Latina, assim como à “boa disposição  de Bergoglio para com os fieis latino americanos”, para solicitar o encontro de uma comissão com o Pontífice. “Confiamos em sua boa-vontade para aceitar o que o povo mexicano lhe pede. Somente um instante, um abraço, uma bênção, algumas palavras que sirvam de alento para continuar esta nossa busca de justiça e dignidade”, concluem. (JE)








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