Escravidão e mudanças climáticas reunirão prefeitos no Vaticano


Cidade do Vaticano (RV) – No próximo dia 21, terça-feira, terá lugar na Casina São Pio IV, no Vaticano, um encontro internacional, do qual participarão 60 Prefeitos e Prefeitas, provenientes do mundo inteiro, que abordarão temas como a “Escravidão Moderna e Mudanças Climáticas” e “Desenvolvimento Sustentável: prosperidade, povos e planeta”.

Entre os numerosos prefeitos que participarão dos dois dias de encontro, a convite da Pontifícia Academia de Ciências, sete são provenientes do Brasil: Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Quando se trata das mudanças climáticas, é difícil acreditar que as ações do homem possam afetar bilhões de pessoas, desde a nossa alimentação às informações que compartilhamos.

Os efeitos das mudanças climáticas já se fazem sentir: desastres naturais ceifam vidas e devastam famílias; inteiras espécies são ameaçadas; agricultores sofrem perdas e os recursos estão cada vez mais escassos.

As mudanças climáticas estão acontecendo, mas nunca é tarde demais para fazermos escolhas certas e construirmos um futuro melhor.

Para que possamos viver bem e de modo sustentável, a Pontifícia Academia de Ciências lança esta nova iniciativa, a partir da recente Encíclica do Papa “Laudato si”, sobre a nossa Casa comum, a Terra, envolvendo Prefeitos e Responsáveis das maiores metrópoles do mundo. Desta forma, este evento quer inspirar e mobilizar milhões de pessoas a agir em relação às mudanças climáticas e contribuir para a construção de um mundo melhor.

Em vista destes dois dias de encontros, no Vaticano, eis algumas orientações para entendermos melhor as várias temáticas que serão abordadas, de suma importância e atualidade.

Aquecimento Global

Aquecimento global é o aumento da temperatura média dos oceanos e da camada de ar próxima à superfície da Terra que pode ser consequência de causas naturais e atividades humanas. Isto se deve principalmente ao aumento das emissões de gases na atmosfera que causam o efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono (CO2).

Efeito Estufa

O Efeito estufa corresponde a uma camada de gases que cobre a superfície da terra, essa camada composta principalmente por gás carbônico (CO²), metano (CH4), N²O (óxido nitroso) e vapor d água, é um fenômeno natural fundamental para manutenção da vida na Terra, pois sem ela o planeta poderia se tornar muito frio, inviabilizando a sobrevivência de diversas espécies.

Consequências

São várias as consequências do aquecimento global, algumas das quais já podem ser sentidas em diferentes partes do planeta. Os cientistas já observam que o aumento da temperatura média do planeta tem elevado o nível do mar devido ao derretimento das calotas polares, podendo ocasionar o desaparecimento de ilhas e cidades litorâneas densamente povoadas. E há previsão de uma frequência maior de eventos extremos climáticos (tempestades tropicais, inundações, ondas de calor, seca, nevascas, furacões, tornados e tsunamis) com graves consequências para populações humanas e ecossistemas naturais, podendo ocasionar a extinção de espécies de animais e de plantas.

Causas

As mudanças climáticas podem ter causas naturais como alterações na radiação solar e dos movimentos orbitais da Terra ou podem ser consequência das atividades humanas. Segundo pesquisas, 90% do aumento de temperatura na Terra é causado pela ação do homem, que contribui com a emissão de quantidades significativas de gases de efeito estufa (GEE), em especial o dióxido de carbono. Assim, as atividades humanas passaram a ter influência importante nas mudanças climáticas.

Atividades humanas

Entre as principais atividades humanas, que causam o aquecimento global e, consequentemente, as mudanças climáticas, são: a queima de combustíveis fósseis (derivados do petróleo, carvão mineral e gás natural) para geração de energia, atividades industriais e transportes; conversão do uso do solo; agropecuária; descarte de resíduos sólidos (lixo) e desmatamento. Todas estas atividades emitem grande quantidade de CO² e de gases formadores do efeito estufa.

Brasil

Em nosso país, as mudanças do uso do solo e o desmatamento são responsáveis pela maior parte das nossas emissões e levam o Brasil a ser um dos líderes mundiais em emissões de gases de efeito estufa. Isto porque as áreas de florestas e os ecossistemas naturais são grandes reservatórios e sumidouros de carbono. Quando acontece um incêndio florestal ou uma área é desmatada, o carbono é liberado para a atmosfera, contribuindo para o efeito estufa e o aquecimento global.

Gases de efeito estufa

Os principais gases de efeito estufa são o dióxido de carbono (CO2), o metano e o óxido nitroso. O CO2 é o gás que tem maior contribuição para o aquecimento global, pois representa mais de 70% das emissões de GEE e o seu tempo de permanência é de no mínimo cem anos, resultando em impactos no clima ao longo de séculos. A quantidade de metano (CH4) emitida para a atmosfera é bem menor, mas seu potencial de aquecimento é vinte vezes superior ao do CO2.

Países que mais emitem gases

Historicamente, por conta do desenvolvimento industrial os países desenvolvidos tem sido responsáveis pela maior parte das emissões de GEE, mas os países em desenvolvimento vêm aumentando consideravelmente suas emissões. Atualmente, a China ocupa o primeiro lugar do ranking, seguido por Estados Unidos, União Europeia e pelo Brasil.

Convenção ONU

A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) é uma base de cooperação internacional em que os seus países membros buscam estabelecer políticas para reduzir e estabilizar as emissões de gases de efeito estufa em um nível na qual as atividades humanas não interfiram seriamente nos processos climáticos.

Eco-Rio 92

A primeira reunião aconteceu em 1992 durante a Eco 92, Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro, o texto da convenção foi assinado e ratificado por 175 países, reconhecendo a necessidade de um esforço global para o enfrentamento das questões climáticas. Com a entrada em vigor da Convenção do Clima, os representantes dos diferentes países passaram a se reunir anualmente para discutir a sua implementação, estas reuniões são chamadas de Conferências das Partes.

Protocolo de Kyoto

O Protocolo de Quioto é um tratado internacional que estipulou as metas de reduções obrigatórias dos principais gases de efeito estufa para o período de 2008 a 2012. Apesar da resistência por parte de alguns países desenvolvidos foi acordado o princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada. Assim, os países desenvolvidos e industrializados, por serem responsáveis históricos das emissões e por terem mais condições econômicas para arcar com os custos, seriam os primeiros a assumir as metas de redução até 2012.

Protocolo de Doha

Em 2012, durante a COP 18 em Doha, quando estava previsto a finalização do Protocolo de Quioto, foi observado o não atingimento das metas por diversos países e o protocolo foi prorrogado até 2020. Em 2020, quando o Protocolo de Kyoto perder sua validade, espera-se que os países busquem um novo acordo com metas para todos os países, incluindo os países em desenvolvimento. Essa será a principal discussão da COP de 2015, em Paris.

Escravidão moderna

A Escravidão moderna é uma expressão genérica ou coletiva para aquelas relações de trabalho, particularmente na história moderna ou contemporânea, na qual pessoas são forçadas a exercer uma atividade contra sua vontade, sob a ameaça de indigência, detenção, violência e inclusive morte. Muitas dessas formas de trabalho podem ser acobertadas pela expressão trabalhos forçados, embora quase sempre impliquem o uso de violência. A escravidão moderna inclui todas as formas de escravidão.

Escravidão no Brasil

Embora a escravidão no Brasil tenha sido oficialmente extinta em 13 de maio de 1888, pela Princesa Isabel, em 1995 o governo brasileiro reconheceu a existência de condições de trabalho análogas à escravidão no território nacional. Entre 1995 e 2005, 18 mil trabalhadores foram libertados por ações conjuntas do Ministério do Trabalho e Emprego e das polícias estaduais e federal. (MT/fontes várias)








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