Papa: não à lógica bom-mau, e voa para Assunção

Assunção (RV) - “Abandonar a lógica da divisão entre bons e maus para passar a uma lógica centrada na ajuda às pessoas. Isto irá criar melhores condições para todos”. Com estas palavras, dirigidas aos guardas carcerários do Centro de Reabilitação Santa Cruz-Palmasola, mas que têm um valor universal, Francisco concluiu nesta sexta-feira sua visita à Bolívia. E do sol quente das terras altas andinas (que abronzeou o seu rosto) o Papa passou à chuva que caiu hoje copiosa em Assunção. Com um gesto decidido recusou-se a descer a escada com um dos colaboradores que segurava um guarda-chuva. O Papa desceu sozinho e apenas tocou a terra paraguaia trocou uma estreita de mão vigorosa com o Presidente Manuel Horacio Cartes Jara. Nesse momento então, um dos funcionários da Presidência cobriu ambos com o guarda-chuva. Imediatamente parou de chover.

Em seguida a cerimônia de boas-vindas no aeroporto, com um coral de crianças guaranis e uma coreografia com dançarinos em trajes típicos que deram as suas boas-vindas ao Papa Francisco circulando e girando agilmente sobre si mesmos, apesar de alguns deles terem cestas de frutas colocadas na cabeça. Entre eles três jovens, dois rapazes e uma moça: a jovem interpretou Maria com uma coroa na cabeça, o primeiro jovem representou São José e o segundo vestiu a batina dos jesuítas para recordar o sacrifício realizado por religiosos da Companhia de Jesus que foram assassinados por não terem abandonado os indígenas guaranis ao seu destino, ou seja, ao massacre perpetrado pelos conquistadores espanhóis. Um crime horrível pelo qual tinha pedido perdão João Paulo II quando visitou o Paraguai em 1988. Um "mea culpa" que Francisco repetiu nesta quinta-feira na Bolívia. Mas o primeiro gesto forte da visita de Jorge Mario Bergoglio ao Paraguai, terceira e última etapa da extraordinária Viagem Apostólica à América Latina do Bispo de Roma “chamado quase do fim do mundo”, foi a breve parada em frente da prisão do “Bom Pastor” para saudar os detentos.

O primeiro dia de Francisco no Paraguai se conclui com a visita de cortesia ao Presidente da República senhor Horacio Manuel Carte Jara e o encontro com as autoridades no Palácio Presidencial, do qual participam os membros do governo, do Congresso Nacional, da Corte Suprema de Justiça e o Corpo Diplomático. Em seguida o transferimento para a sede da Nunciatura Apostólica onde será hóspede até domingo, quando retorna ao Vaticano. (SP)