Card. Turkson e a expectativa pelo encontro com o Papa em Santa Cruz


Santa Cruz de la Sierra (RV) – “O mundo tem necessidade de um processo de mudança”. Foi o que afirmou o Presidente do Pontifício Conselho para a Justiça e a Paz, Cardeal Peter Turkson, na abertura do Encontro Mundial dos Movimentos Populares, ocorrida na terça-feira (7) em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Este segundo encontro, que reúne delegados dos movimentos populares de todo o mundo, realiza-se após aquele realizado em outubro de 2014 no Vaticano, por desejo do Papa Francisco. Sobre isto, nos fala o Cardeal Turkson:

“O Santo Padre denuncia frequentemente a economia que não funciona bem, o sistema financeiro... A questão da exclusão nos convida a reconhecer o fato de que se conseguíssemos “ter a bordo” todos aqueles que estão fora, que são excluídos, o mundo seria melhor! Esta é a mensagem destes encontros. Se dá ouvidos a estas pessoas reconhecendo-as como protagonistas de seu futuro”.

RV: A participação do Papa, não quer dizer que este seja um evento de natureza eclesial, mas que existe um apoio ao que se está fazendo em Santa Cruz...

“Por exemplo: peguemos o que disse o Santo Padre sobre a questão da migração. O Papa afirma: “Eu que sou pastor da Igreja universal, como posso aceitar o fato de que um setor desta humanidade não consiga encontrar uma casa?”. Para estas pessoas é a mesma coisa: como é possível aceitar que uma grande parte da humanidade venha negligenciada e deixada fora dos sistemas de governo? Desta forma não se pode andar! Portanto, este exclusivismo do qual fala o Papa – exclusivismo, periferias...– é um convite a reconhecer de que todos nós podemos contribuir com o bem-estar da humanidade”.

RV: Como os Movimentos Sociais estão vivendo este encontro em Santa Cruz este encontro e a expectativa pela presença do Papa Francisco?

“O próprio Presidente (Evo Morales ndr) é originário desta realidade, é um protagonista deste movimento. Portanto aqui nos encontramos na casa dos movimentos populares com um Presidente que faz parte deles. A mensagem de base é simples: se vivemos em uma sociedade é porque aceitamos  coexistir. Esta participação do Papa é um desejo, um convite então aos governos, aos chefes, de reconhecer, de saber “levar a bordo” todos estes setores para tornar estas pessoas “protagonistas de seu desenvolvimento e de toda a comunidade”. (JE)

 








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