Grupo terrorista Boko Haram ataca igrejas e mesquitas na Nigéria

Jos (RV) - Terror na Nigéria, onde em menos de 24 horas o grupo terrorista Boko Haram provocou uma série de atentados contra a Igreja do nordeste do país e contra uma mesquita e um restaurante na cidade de Jos. Entre as vítimas, cinco fieis que assistiam à missa de domingo, enquanto o balanço do duplo atentado de hoje é de ao menos 44 mortes. Sobre mais essa tragédia contra civis, a Rádio Vaticano conversou por telefone com o arcebispo de Jos, Dom Ignatius Kaigama.

Dom Kaigama – “Eu digo sempre que esse grupo perdeu a razão. A vida, de fato, para eles, é nada. Não importa nada da vida deles: é inútil. Pegam, porém, outras vidas, esse é o problema. Vão na igreja, vão ao restaurante, vão ao mercado, vão à escola e largam as bombas. Isso significa que a filosofia de vida deles é irracional. Uma pessoa normal não pode fazer isso. É uma brutalidade impensável.”

Rádio Vaticano – Na mesquita de Jos, onde foi o atentado, o sacerdote muçulmano tinha condenado o Boko Haram. Tantas vezes também o senhor, junto a exponentes muçulmanos da Nigéria, condenou essas violências.

Dom Kaigama – "Sim, estamos sempre unidos nisso. Uma vez diziam que o Boko Haram fosse um grupo promovido pelos muçulmanos, e eu respondia sempre: ‘Não, é um grupo fanáico’. E nós, com os muçulmanos moderados, trabalhamos juntos para superar essa violência. A semana passada fui à mesquita para saudar um novo sacerdote muçulmano e fui em sinal de irmandade. Estamos sempre unidos, assim, no trabalhar contra a violência. Temos essa situação bem presente no nosso coração."

RV – É preciso, obviamente, de mais segurança, porque parece que cada lugar seja, agora e infelizmente, um alvo…

Dom Kaigama – "Sim, mas qual segurança eu não saberia, porque existem os soldados, tem a polícia e um pouco de todos ao redor da cidade. Essas pessoas, porém, que largam bombas, não são reconhecidas entre as pessoas, porque andam de bicicleta e têm as bombas escondidas. Não se pode dizer, então, pois é difícil saber quem é perigoso e quem não."

(AC)