Card. Parolin define a América Latina que o Papa vai encontrar


Cidade do Vaticano (RV) – Em uma entrevista ao Centro Televisivo Vaticano antes de embarcar, neste domingo (5/7), junto com o Papa para a viagem à América do Sul, o Cardeal Secretário de Estado Vaticano, Pietro Parolin, falou sobre os principais temas que nortearão esta 9ª Viagem Apostólica de Francisco.

Creio que para entender a importância desta viagem, a mais longa do pontificado, talvez tenhamos que citar as próprias palavras  pronunciadas por Francisco na Basílica de São Pedro, em 12 de dezembro passado, na Solenidade de Nossa Senhora de Guadalupe. O Papa retomara a famosa expressão do seu predecessor, São João Paulo II, que definia a América Latina o ‘Continente da Esperança’. Francisco explicou assim, cito as suas palavras: porque diz-se ‘Continente da Esperança?’ Porque dele se esperam novos modelos de desenvolvimento que conjuguem tradição cristã e progresso civil, justiça e equidade com reconciliação, progresso científico e tecnológico com sabedoria humana, sofrimento fecundo com alegria esperançosa”, declarou o Cardeal.

E nestes elementos o Secretário de Estado – que foi Núncio Apostólico na Venezuela – identificou aquela que define “a fisionomia da América Latina” em geral e, em particular, também dos três países que o Papa visitará a partir deste domingo.

“O Continente latino-americano é um continente em movimento onde estão presentes transformações e mudanças em nível cultural, econômico e politico. Durante as últimas décadas passou por uma fase muito positiva que permitiu que muitas pessoas saíssem da pobreza extrema e passassem, progressivamente, a fazer até mesmo parte da classe média. De outro lado, existe o fenômeno da urbanização, se pensarmos às megalópoles da América Latina. Há também a globalização, que se percebe de maneira evidente também nesta parte do mundo”, disse o Secretário de Estado Vaticano.

Novos cenários

Precisamente diante destes novos cenários, “que levam também a uma secularização da sociedade latino-americana, mesmo se em formas que não são condizentes com o mundo ocidental, a Igreja escolheu o caminho da conversão pastoral, da missionariedade, do compromisso missionário. E neste sentido pode se tornar modelo para muitas outras partes do mundo”.

Além disso, o próprio magistério do Papa Francisco aprofunda as suas raízes no documento de Aparecida, que com as suas referências à primazia da graça, à misericórdia e à coragem apostólica é proposto com Francisco a toda a Igreja.

No tocante aos aspectos políticos, o Secretário de Estado comparou a América Latina a “um laboratório no qual se estão experimentando novos modelos de participação e formas mais representativas”, para dar “voz às camadas de população que até agora não foram ouvidas o suficiente.

Trata-se da busca de um próprio caminho para a democracia, que leve em consideração as peculiaridades daqueles países; que saiba conjugar a participação de todos – por conseguinte o pluralismo – com as liberdades fundamentais e com o respeito dos direitos humanos”. (JE/OR/RB)








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