O que os franceses pensam sobre o Islã


Paris (RV) - Grande inquietação pelas derivas do Islã radical e pelo seu sucesso entre os jovens muçulmanos, mas também a rejeição em associar automaticamente Islã à violência, além da convicção de que a religião muçulmana é tão pacífica quanto as outras. Foi o que revelou uma pesquisa realizada entre os franceses pelo Instituto Odoxa, comissionada pelo jornal "Le Parisien", seis meses após os atentados em Paris.

A grande maioria dos franceses rejeita qualquer identificação entre Islã e violência e acredita que o jihadismo é "uma perversão" da religião, observa Gaël Sliman, Presidente do Instituto. Além disto, 63% dos entrevistados afirma que a "percepção" da fé muçulmana não mudou após os atentados no início de janeiro. Por outro lado, um terço dos entrevistados passou a ter uma visão bem mais negativa, considerando que, mesmo não se tratando de sua mensagem principal, dizem "o Islã porta consigo germes de violência e de intolerância". Os percentuais a estes respeito variam entre eleitores da direita e da esquerda.

A maioria dos franceses (63%) confessam conhecer "mal" a religião muçulmana. Somente 36% afirma conhecê-la bem, sobretudo entre os jovens das zonas urbanas, onde se concentra a imigração originária dos países muçulmanos.

A islamofobia, por sua vez, ganha terreno na França, segundo a percepção de 76% dos entrevistados, ponto que revela percentuais parecidos entre eleitores da esquerda e da direita. Entre os muçulmanos entrevistados, este percentual sobe para 79%.

À pergunta se atualmente está mais difícil seguir esta religião na França, respondem "sim" 65% do entrevistados de esquerda, e 69% dos que afirmam "conhecer bem" o Islã.

Outro aspecto investigado pela sondagem do "Le Parisien", é o da visibilidade do Islã. Para a maioria dos entrevistados, os muçulmanos “ostentam muito” a expressão de sua fé, o que é deplorado por 55% dos entrevistados.

No quesito "integração na sociedade",  65% dos eleitores da esquerda consideram os muçulmanos "em grande parte reservados", enquanto 91% dos eleitores da extrema-direita os consideram "muito visíveis", em busca de uma afirmação de identidade.

Logo após os ataques ao Charlie Hebdo e ao Supermercado Kosher, de Porte Vincennes em janeiro, o Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop) divulgou uma pesquisa que revelou - apesar da comoção provocada pelos atentados - que para 66% dos cidadãos, os muçulmanos vivem pacificamente na França e somente os islamistas radicais representam uma ameaça. Para 29%, pelo contrário, o Islã representa um problema para a segurança. (JE/OR)








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