Justiça e Paz: mudança de rumo seguindo a ‘Laudato si’


Cidade do Vaticano (RV) - Realizou-se nesta quarta-feira (1º/07), na Sala de Imprensa da Santa Sé, a coletiva de apresentação da conferência sobre a Encíclica ‘Laudato si’ intitulada “As pessoas e o Planeta em primeiro lugar: imperativo a mudar de rumo”.

O encontro, que terá início nesta quinta-feira (02/07), em Roma, e se encerra no dia seguinte, é promovido pelo Pontifício Conselho da Justiça e da Paz junto com a Aliança Internacional das Organizações Católicas para o Desenvolvimento (CIDSE). 

O clima é um bem comum

A Encíclica ‘Laudato si’ é o farol que ilumina a estrada para inverter o rumo diante das mudanças climáticas. Os relatores que apresentaram a conferência na Sala de Imprensa da Santa Sé, esta manhã, sublinharam isso várias vezes, evidenciando a perspectiva inovadora e convidando a uma tomada de atitude urgente. 

Segundo a mensagem do Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Turkson, lida durante a coletiva, “é preciso partir da observação do Papa de que o clima é um bem comum, que estamos diante de um dos maiores desafios de nossos tempos, e que a atividade humana danificou o ambiente com repercussões inevitáveis no âmbito social, econômico e político. Portanto, é necessário buscar novas maneiras de entender a economia e o progresso”. 

Redução da poluição e desenvolvimento dos países pobres

“O único e enorme obstáculo que se apresenta ao imperativo de mudar de rumo não é econômico, científico ou mesmo tecnológico, mas está dentro de nossas mentes e dos nossos corações. Essas mesmas mentes, que impedem de tomar decisões radicais e inverter o rumo do aquecimento global, impedem também de alcançar o objetivo de eliminar a pobreza. É necessário uma abordagem mais responsável para enfrentar os dois problemas: a redução da poluição e o desenvolvimento dos países e regiões mais pobres”, frisa o Cardeal Turkson na mensagem.

O secretário-geral da CIDSE, Bernd Nilles, sublinhou a necessidade de trabalhar juntos para que a solidariedade ajude a enfrentar os problemas na raiz. Ele fez um convite à participação, a combater o desafio das mudanças climáticas, a implementar soluções que possam partir de baixo, dos nossos estilos de vida, fazer ouvir a nossa voz, pressionar os governos e para que a Conferência de Paris sobre o clima, em dezembro próximo, seja decisiva.

Política e mudanças climáticas

O vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, Ottmar Edenhofer, propôs uma leitura da ‘Laudato si’ que evidencia esse texto como um desafio ético para todos, promovendo um diálogo franco e construtivo “entre ciência, política, economia e religião”. “A encíclica do Papa não é somente um texto sobre o clima, mas fala de pobreza e desigualdade”, disse.

A jornalista e escritora canadense Naomi Klein, autora da publicação ‘This Changes Everything’, convidou a política a não se esconder diante do desafio das mudanças climáticas. Ela que se define como “feminista, judia e laica”, disse que ficou surpresa ao receber o convite para participar da conferência sobre a ‘Laudato si’. 

A jornalista frisou que a encíclica do Papa Francisco a marcou pela coragem e poesia do texto, uma linguagem que fala ao coração. (MJ)

 








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