Card. Turkson defende na ONU controle democrático da economia


Nova York (RV) – “A política deve restabelecer o controle democrático sobre a economia e as finanças”, defendeu o Cardeal Peter Turkson, diante das máximas autoridades da ONU e dos líderes dos países membros, na reunião de alto nível sobre mudanças climáticas realizada nesta segunda-feira (29/06), em Nova York.

Laudato Si

“O clima é um bem comum, de todos e para todos”, mas “se a tendência atual continuar, este século poderá ser testemunha de mudanças climáticas até então desconhecidas e de uma destruição sem precedentes nos ecossistemas, com graves consequências para todos nós”, afirmou o Presidente do Pontifício Conselho para a Justiça e a Paz, fazendo eco à Encíclica do Papa Francisco, Laudato Si, na qual fica evidenciada a íntima ligação entre “pobreza e a fragilidade do planeta”.

Ser humano no centro

Mais de 20 anos após o Encontro de Cúpula sobre a Terra realizado no Rio de Janeiro em 1992 – observou o purpurado – quando já se afirmava a centralidade dos seres humanos nas questões inerentes ao desenvolvimento sustentável, o Papa – na Carta dedicada ao “cuidado da casa comum” – encoraja os governos do mundo a abraçarem a ecologia integral como abordagem necessária para tal desenvolvimento, inclusivo de todos e protetor da terra”.

Neste sentido, o Cardeal Turkson desejou que os estudos conduzidos no âmbito da ONU, pelos melhores especialistas do grupo inter-governamental sobre mudanças climáticas, possam “tocar-nos em profundidade”, para “ver e sentir como os pobres sofrem e como a Terra é maltratada”.

Outro modelo de desenvolvimento

Para superar a pobreza e reduzir a degradação ambiental – afirmou o Presidente do Pontifício Conselho para a Justiça e a Paz  - será necessário que “a comunidade humana revise seriamente o modelo dominante de desenvolvimento, produção, comércio e consumo. Todavia, o maior desafio não é científico e tecnológico, mas está nas nossas mentes e nossos corações”. “A mesma lógica – escreve o Papa Francisco – que torna difícil tomar decisões radicais para inverter a tendência ao aquecimento global, é a que não permite realizar o objetivo de erradicar a pobreza”.

Uma revisão corajosa desta lógica acontecerá somente se escutarmos o convite lançado pelo Papa de procurar outros modos de entender o progresso, observou Turkson. “A política deve restabelecer o controle democrático sobre a economia e as finanças”, alertou o cardeal ganense. Este é o caminho a ser percorrido em direção a Paris, onde em novembro será realizada a próxima Conferência da ONU sobre o ambiente. (JE)








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