Arcebispo irlandês: Igreja precisa de uma 'nova linguagem'


Dublin (RV) – “O que aconteceu não foi somente o êxito de uma campanha pelo ‘sim’ ou pelo ‘não’, mas atesta um fenômeno muito mais profundo, uma revolução cultural”: é o parecer do Arcebispo de Dublin, Diarmuid Martin, ex-diplomático do Vaticano que conhece bem os mecanismos internacionais e que, nomeado para governar a diocese irlandesa, enfrentou o problema da pedofilia de seu clero e daqueles que a queriam cobrir. 

Comentando o resultado do referendo, que legaliza o casamento entre pessoas do mesmo sexo, Dom Martin disse que “o sim dos eleitores irlandeses ao casamento homossexual é um exemplo da revolução social que o país atravessa há algum tempo e à qual a Igreja Católica deve reagir”.

O arcebispo Martin admitiu que chegou o momento de a hierarquia católica iniciar um processo “de profundo debate e revisão da realidade”. Para ele, os responsáveis católicos devem encontrar uma nova linguagem para propagar mais eficazmente a mensagem da Igreja, sobretudo entre os mais jovens, cujo voto foi decisivo para a vitória do ‘sim’.

Durante a campanha, a Igreja católica, apoiada por movimentos antiaborto e alguns senadores e deputados da ala conservadora, defendeu que o casamento homossexual atenta contra os valores da família tradicional e vai modificar os processos de adoção, incidindo negativamente nos direitos dos menores. 

A República da Irlanda promulgou em 2010 uma lei de relações civis que, pela primeira vez, reconhecia legalmente os casais de pessoas do mesmo sexo, mas não as classificava como casadas, nem lhes conferia proteção constitucional, como passa a ocorrer com a vitória do 'sim'.

(CM)








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