Confronto entre as duas Beatificações de hoje: Dom Romero e Irmã Irene


San Salvador/Nyeri (RV) – A Igreja católica está em festa, neste sábado (23/5), por duas novas Beatificações: Dom Oscar Arnulfo Romero, em El Salvador, e a Irmã Irene Stefani, no Quênia.

“Pentecostes é um acontecimento maravilhoso”, exclamou Dom Oscar Arnulfo Romero, em sua última celebração Eucarística no dia de Pentecostes.

O milagre de Pentecostes continua a se realizar na Igreja, ontem e hoje, em diversas partes do mundo. Este mesmo “milagre” se repete, de modo particular, hoje, contemporaneamente, com duas cerimônias de Beatificação em continentes diferentes, a milhares de quilômetros uma da outra: na América Central e na África.

Não é inédito que duas Beatificações se realizem no mesmo dia, em diferentes partes do mundo, mas é raro. Mas, é providencial que ambos os Beatos sejam elevados à honra dos altares contemporaneamente.

A Causa de Beatificação da Irmã Irene começou em março de 1984 e terminou, 30 anos depois, em junho de 2014. A Causa de Dom Romero iniciou em março de 1993 e culminou, após 21 anos, em fevereiro de 2014.

Desta forma, o Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, preside, em El Salvador, à Beatificação de Dom Romero, e o Cardeal Polycarpo Pengo, arcebispo de Dar es Salam, na Tanzânia, preside, no Quênia, à da Irmã Irene.

Dom Romero é um mártir do Evangelho entre os pobres, ao passo que a Irmã Irene deu a sua vida, como enfermeira, contagiada por um doente.

Há ainda outras semelhanças entre as duas cerimônias: as autoridades quenianas acham que cerca de 300 mil fiéis participarão da beatificação da Irmã Irene; enquanto as de El Salvador também acham que serão o mesmo número de fiéis que estarão presentes na beatificação de Dom Romero.

No Quênia, apenas 33% da população é católica, que, devido à imensidão do país, equivale a cerca de sete milhões de pessoas, mais que a população de El Salvador, que conta 6 milhões, metade da qual é católica.

Ambos os povos, o salvadorenho e o queniano, depositam suas dificuldades peculiares aos pés de seus novos Beatos: El Salvador sofre por altos índices de violência, por causa das gangues de criminosos, que fomentaram a taxa de homicídios a níveis equivalentes aos do conflito armado, no tempo de Dom Romero.

O Quênia tem problemas ainda mais dramáticos, como o recente ataque islâmico contra universitários cristãos, que deixou um saldo de 150 mortos e 80 feridos, que levou as autoridades religiosas do país a apelar contra a perseguição de cristãos. (MT/IHU)








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