Alemanha: Declaração conjunta entre líderes religiosos sobre imigração


Berlim (RV) - Em vista da “semana intercultural 2015”, prevista para o final do próximo mês de setembro, foi publicada uma “Declaração conjunta” assinada pelo Presidente da Conferência Episcopal Alemã, Cardeal Reinhard Marx, pelo Presidente do Conselho da Igreja evangélica na Alemanha, o Bispo Heinrich Bedford-Strohm, e pelo Presidente da Conferência dos Bispos ortodoxos na Alemanha, o Metropolita Augoustinos.

Para esta 40ª Semana intercultural, os representantes das Igrejas destacam o caminho realizado nas últimas quatro décadas pela Alemanha, que se tornou um país de imigração, revelando, porém, como parte da população apresente problemas com a diversidade social e cultural crescente. “Nos últimos meses, tivemos que assinalar como há ainda claras e disfarçadas formas de racismo, hoje na Alemanha”, lê-se no documento, enquanto é importante que se desenvolvam os contatos e os intercâmbios porque “cada encontro diminui o medo do desconhecido e facilita a mútua estima”.

Oposição da Igreja a toda forma de exclusão

A oposição a toda forma de exclusão é fundamental para as Igrejas: “A participação social permite a plena igualdade e é combustível para a integração”. Para os três líderes, trata-se de temas fundamentais e “após 40 anos, a semana intercultural e seus objetivos são mais do que atuais”.

Diante da dramática situação no Mar Mediterrâneo, o Cardeal Marx, o Bispo evangélico Bedford-Strohm e o Metropolita ortodoxo Augoustinos veem o surgir de um grande desafio para a sociedade alemã: “Não podemos permitir, continuando só olhando as pessoas que fogem dos problemas existenciais, da guerra, das violências e perseguições, que sejam expostas ao perigo de morrer afogadas – destacam os prelados – e é preciso encontrar outros caminhos de acesso à Europa, para que o Mediterrâneo não se torne o lugar onde o ocidente cristão deixe de existir”.

No documento se evidencia a necessidade de ampliar os esforços com um “novo programa de admissão e acolhida dos refugiados e das pessoas que pedem asilo, provenientes da Síria, do Iraque ou do Afeganistão”, facilitando o reencontro das famílias na Alemanha, onde vivem muitas comunidades vindas destes Países.

Olhar crítico

Um olhar profundamente crítico tem as Igrejas em relação do regulamento de Dublin sobre a acolhida dos refugiados nas fronteiras da União Europeia: servem “ideias novas, para dar a devida proteção na Europa, em lugar de empurrar as pessoas para frente e para traz”, escreveram os três líderes religiosos. A 40ª Semana intercultural alemã será aberta pelo Presidente federal Joachim Gauctzk no próximo dia 27 de setembro em Mainz. (SP)








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