Card. Maradiaga: futuro da Caritas Internacional "passa pela Ásia"


Roma (RV) - “O mandato do Senhor é o de levar o Evangelho ao mundo inteiro, e 60% da população mundial vive na Ásia. A propensão do Santo Padre Francisco pela Ásia responde a este dado de fato. E, como bem disse na Evangelii gaudium, não para fazer proselitismo, mas para partilhar aquilo que temos.”

Foi o que disse à agência missionária AsiaNews o arcebispo de Tegucigalpa, Cardeal Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga, que por oito anos presidiu à Caritas Internacional. A organização caritativa elegeu esta quinta-feira seu novo presidente, o cardeal filipino Luiz Antonio Tagle.

Durante o duplo mandato do Cardeal Maradiaga, a Caritas Internacional cresceu sob todos os aspectos: “dos países que se tornaram membros da federação, à aplicação dos programas, até a resposta coletiva diante das emergências humanitárias ocorridas nestes anos”.

Reunida estes dias em Roma em sua 20ª Assembleia Geral, a Caritas “votou a entrada do Sudão do Sul na federação, tornando-se efetivamente um novo País membro. Penso também no reconhecimento legal, por parte da Santa Sé, da Caritas como organismo com personalidade jurídica”, disse o cardeal hondurenho.

Do ponto de vista dos programas, ressaltou ainda, “quase todos foram totalmente implementados, como, por exemplo, as grandes companhas de combate à fome. Mas a coisa realmente bonita é ver o grande espírito de colaboração entre as várias organizações”.

“Não houve uma emergência que não tenha tido uma resposta imediata de todas as Caritas, e houve emergências gravíssimas: Haiti, Japão, Chile, as inundações no Paquistão. Além disso, há a crise dos refugiados no Oriente Médio, que nunca acaba”, observou.

Nesse campo o purpurado centro-americano louva a “Caritas Irã, Caritas Líbano e Caritas Síria, na linha de frente desde o início e no centro dos conflitos e, no entanto, continua, sem cessar, ajudando e servindo à população”.

Trata-se de um empenho que a Caritas Internacional quis reconhecer visitando, no ano passado, alguns campos de refugiados e organizando, pela primeira vez, um encontro em Amã, capital da Jordânia, “propriamente para fazer-se próxima dos muitos refugiados da Síria, Iraque e Oriente Médio” em geral.

Voltando a falar sobre a Ásia, o Cardeal Maradiaga explicou que a atenção do Santo Padre para com o Continente se traduz, do ponto de vista prático, “numa Caritas que é viva e tem muitos membros provenientes da Ásia, engajados na linha de frente e no mundo inteiro”.

“Muitas vezes, quando há uma crise, todos correm para ajudar, para depois esquecer diante da primeira nova emergência. O que está ocorrendo no Nepal, numa situação que nos preocupa enormemente, recorda-nos um dos nossos compromissos primários: trabalhar sempre para que o sofrimento não seja esquecido”, concluiu. (RL)








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