Papa: o lugar do Bispo é nas "periferias existenciais"


Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na manhã deste sábado (09/05) os Bispos da Conferência Episcopal de Moçambique, em visita ad Limina. Na audiência, estavam presentes 18 prelados, entre os quais o brasileiro Dom Luiz Fernando Lisboa, Bispo de Pemba.

Em seu discurso, o Papa recorda a missão do pastor em sua comunidade, e sua plena disponibilidade ao rebanho. De modo especial, pede que os Bispos reservem uma atenção particular aos sacerdotes. “O tempo gasto com eles nunca é tempo perdido.”

Francisco ressalta ainda o trabalho de inúmeros consagrados, solicitando que neste Ano da Vida Consagrada “elevem-se a Deus ações de graças e louvores pelo testemunho de fé e serviço que os religiosos e as religiosas oferecem nos diversos setores da vida eclesial e social, nomeadamente na atenção e solicitude pelos pobres e todas as misérias humanas, materiais, morais e espirituais”.

Periferias existenciais

Quanto aos fiéis, o Papa recomenda que os Bispos estejam nas periferias das dioceses e em todas as “periferias existenciais” onde há sofrimento, solidão e degrado humano. Um bispo, recordou, deve viver em meio aos fiéis, residir na diocese e se rodear de organismos diocesanos que o auxiliem em suas tarefas.

Referindo-se a toda a Igreja, para o Pontífice os pastores e os fiéis de Moçambique precisam desenvolver mais a cultura do encontro. “Como não pensar aqui nas vítimas das calamidades naturais? Estas não cessam de semear destruição, sofrimento e morte – como ainda há pouco, infelizmente, fomos testemunhas –, aumentando o número de deslocados e refugiados. Estas pessoas precisam que partilhemos a sua dor, as suas ânsias, os seus problemas. Precisam que as olhemos com amor; é preciso ir ao encontro delas, como fazia Jesus.”

Cultura do encontro

Ao alargar o olhar ao país inteiro, o Papa afirma que, diante dos desafios atuais de Moçambique, é preciso promover em maior medida a cultura do encontro.

“As tensões e os conflitos minaram o tecido social, destruíram famílias e sobretudo o futuro de milhares de jovens. O caminho mais eficaz para contrastar a mentalidade de prepotência e as desigualdades, bem como as divisões sociais, é investir no campo de «uma educação, que ensine os jovens a pensar criticamente e ofereça um caminho de amadurecimento nos valores» (Evangelii gaudium, 64). Aos problemas sociais, responde-se com redes comunitárias.”

O Papa conclui seu discurso com palavras de encorajamento: “Quando tivermos de partir para uma periferia extrema, talvez nos assalte o medo; mas não há motivo! Na realidade, Jesus já está lá; Ele espera-nos no coração daquele irmão, na sua carne ferida, na sua vida oprimida, na sua alma sem fé. Jesus está lá naquele irmão. Ele sempre nos precede; sigamo-Lo! Tenhamos a audácia de abrir estradas novas para o anúncio do Evangelho”.

(BF)








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