Igreja chilena admite passar por crise de credibilidade


Santiago (RV) –  A tão aguarda posição da Igreja Católica sobre a crise no Chile foi finalmente conhecida. Em uma nota divulgada pela Conferência episcopal do Chile nesta terça-feira (06/05) sobre a crise de confiança que afeta o país após escândalos de corrupção no governo, os bispos admitiram que esta crise também atinge a própria Igreja. 

 “O que aconteceu para que o tecido social tenha sido rasgado e debilitado a confiança em nossa maneira de conviver como nação?”, questionam-se os bispos no início do documento.

“É preocupante constatar a perda de confiança nas relações sociais e nas lideranças: na política, na empresa, na escola, nas universidades. A isto soma-se a perda de credibilidade nas instituições da República, e também em nós como Igreja Católica”, afirmou o secretário-geral da Conferência Episcopal do Chile, Dom Cristián Contreras Villarroel.

Ao abordar sintomas de uma possível crise antropológica que assola o Chile, o documento afirma que “uma das causas da situação atual é a forte crise de representação que afeta as instituições no país, especialmente no plano político, mas não exclusivamente”.

“Vale-tudo”

Diante deste panorama, os bispos convidam à uma profunda introspecção tanto em nível pessoal como institucional, e pedem que os episódios de corrupção sejam esclarecidos.

“Em relação aos servidores públicos, sejam eles parlamentares ou não, é preciso que se saiba com clareza quem utilizou financiamento indevido, assumindo as consequências destes atos. Nós, chilenos, temos direito tanto à verdade como à justiça, mas também a oportunidades de perdão, que não é o mesmo que impunidade”, pontua a nota.

Os bispos terminam a nota afirmando que para superar a crise é necessário, antes de tudo, “mudar os aspectos de nossa institucionalidade que tornaram possíveis os abusos que hoje se condenam”. 

(RB)








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