Papa: "Dante Alighieri, profeta da esperança"


Cidade do Vaticano (RV) - O presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi, participou na manhã desta segunda-feira (04/05), no Palazzo Madama, sede do Senado da República Italiana, da comemoração pelos 750 anos do nascimento de Dante Alighieri, escritor, primeiro e maior poeta da língua italiana, e político.

O Papa Francisco enviou uma saudação ao Cardeal Ravasi e aos participantes do evento, como o presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, o presidente do Senado, Pietro Grasso, e demais autoridades ali presentes, parabenizando-os por esta iniciativa. 

“Uno-me, com esta mensagem, aos que consideram Dante Alighieri um artista de valor universal, que ainda tem muito a dizer e doar, através de suas obras imortais, aos que desejam percorrer o caminho do conhecimento verdadeiro, da descoberta autêntica de si e do mundo, e do sentido profundo e transcendente da existência”, frisa o Papa na nota.

O Santo Padre ressalta que os seus predecessores solenizaram esta cerimônia com documentos importantes em que a figura de Dante Alighieri foi reproposta por causa de sua grandeza e atualidade não somente artística, mas também teológica e cultural.

O Papa Bento XV dedicou ao Sumo Poeta, por ocasião do VI centenário de sua morte, a Encíclica In praeclara summorum, de 30 de abril de 1921. Nela o Papa evidencia “a união íntima de Dante com a Cátedra de Pedro” e convida a uma leitura correta da “Divina Comédia” sobretudo na formação escolar e universitária.

O Beato Paulo VI dedicou ao poeta italiano na conclusão do Concílio Vaticano II, cinquenta anos atrás, a Carta Apostólica Altissimi cantus, onde indica as linhas fundamentais e atuais dessa obra de Dante. “O objetivo da Divina Comédia é sobretudo prático e transformador. Não se proprõe em ser poeticamente bela e moralmente boa, mas capaz de mudar radicalmente o ser humano e a conduzí-lo da desordem para a sabedoria, do pecado para a santidade, da miséria para a felicidade e da contemplação aterrorizante do inferno para a beatífica do paraíso.”

João Paulo II e Bento XVI se referiram ao Sumo Poeta e o citaram várias vezes.

“Em minha primeira Encíclica Lumen fidei escolhi também entrar nesse patrimônio imenso de imagens, símbolos e valores que formam a Divina Comédia e me baseei nas palavras sugestivas do poeta para descrever a luz da fé, luz a ser redescoberta e recuperada a fim de iluminar toda a existência humana”, sublinha Francisco na mensagem.

“Na vigília do Jubileu Extraordinário da Misericórdia que se abrirá em 8 de dezembro próximo, há cinquenta anos da conclusão do Concílio Vaticano II, desejo que as celebrações dos 750 anos do nascimento de Dante, como as celebrações em preparação do VII centenário de sua morte em 2021, possam fazer com que a figura de Alighieri e sua obra sejam novamente compreendidas e valorizadas, e nos acompanhe em nosso percurso pessoal e comunitário”, destaca ainda o pontífice.

A Divina Comédia pode ser lida como um grande itinerário, ou melhor, como uma verdadeira peregrinação, pessoal e interior, tanto comunitária quanto eclesial, social e histórica. Ela representa o paradigma da autêntica viagem da humanidade para uma nova condição, marcada pela harmonia, paz e felicidade. “Este é o horizonte do autêntico humanismo”, frisa ainda o Papa Francisco.

“Dante é profeta da esperança, anunciador da possibilidade de resgate, libertação e mudança profunda de cada homem e mulher, e de toda a humanidade. Ele nos convida mais uma vez a reencontrar o sentido perdido e ofuscado de nosso percurso humano e a esperar em rever o horizonte luminoso, onde brilha a plenitude da dignidade da pessoa humana”, conclui a mensagem do Papa Francisco. (MJ)








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