Papa: povos americanos consolidem sempre mais sua pertença a Cristo e à Igreja


Cidade do Vaticano (RV) - A vida e o exemplo de Frei Junípero evidenciam três aspectos: seu impulso missionário, sua devoção mariana e seu testemunho de santidade – foi o que destacou o Papa Francisco na homilia da Missa que celebrou este sábado no Pontifício Colégio Norte-Americano, situado próximo do Vaticano.

A visita do Santo Padre ao colégio pontifício insere-se no âmbito da “Jornada de Reflexão”, promovida também pela Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL), dedicada ao Frei Junípero Serra, franciscano, missionário espanhol e apóstolo da Califórnia. Frei Junípero que será canonizado pelo Pontífice em Washington, durante sua viagem apostólica aos EUA, em setembro próximo, por ocasião do VIII Encontro Mundial das Famílias, a realizar-se em Filadélfia.

“Eu te estabeleci como luz das nações, para que sejas portador de salvação até os confins da terra” (At 13,47): o Papa tomou essa passagem da liturgia do dia afirmando que estas palavras do Senhor nos mostram a missionariedade da Igreja, enviada por Jesus que a manda sair para anunciar o Evangelho.

“Isso se dá para os discípulos desde o primeiro momento quando, iniciada a perseguição, saíram de Jerusalém. Isso vale também para a multidão de missionários que levaram o Evangelho ao Novo Mundo e, ao mesmo tempo, defenderam os indígenas contra as arbitrariedades dos colonizadores.”

Entre eles, acrescentou o Papa, encontrava-se também o Frei Junípero; a sua obra de evangelização nos traz à memória os “12 apóstolos franciscanos” que foram os pioneiros da fé cristã no México.

Ele foi protagonista de uma nova primavera evangelizadora naquelas vastas terras às quais, já há duzentos anos, haviam chegado os missionários provenientes da Espanha, da Flórida até a Califórnia.

Após ter evidenciado três aspectos da vida e do exemplo de Frei Junípero – seu impulso missionário, sua devoção mariana e seu testemunho de santidade –, Francisco destacou que o religioso foi, em primeiro lugar, um incansável missionário.

A paixão de anunciar o Evangelho aos povos, ou seja, o ímpeto do coração que quer partilhar com os que se encontram distantes, o dom do encontro com Cristo: o dom que ele mesmo recebera anteriormente e experimentara em sua plenitude de verdade e beleza.

Francisco afirmou que Frei Junípero foi repleto de alegria e do Espírito Santo em difundir a Palavra do Senhor. “Um tal zelo nos provoca: é para nós um grande desafio!”

“Esses discípulos-missionários, que encontraram Jesus, Filho de Deus, que através d’Ele conheceram o Pai misericordioso e, movidos pela graça do Espírito Santo, se lançaram em todas as periferias geográficas, sociais e existenciais, para dar testemunho da caridade, nos desafiam!”

Pergunto-me se hoje – disse o Santo Padre – somos capazes de responder com a mesma generosidade e com a mesma coragem ao chamado de Deus, que nos convida a deixar tudo para adorá-lo, para segui-lo, para encontrá-lo no rosto do pobres, para anunciá-lo àqueles que não conheceram Cristo e, por isso, não se sentiram abraçados por sua misericórdia.

O testemunho de Frei Junípero convida-nos a deixar-nos envolver, em primeira pessoa, na missão continental, que encontra suas raízes na “Evangelii gaudium”, ressaltou.

Em segundo lugar, Frei Junípero confiou seu empenho missionário à Santíssima Virgem Maria. Sabemos que antes de partir para a Califórnia quis consagrar sua vida a Nossa Senhora de Guadalupe, e pedir-lhe, para a missão que estava para iniciar, a graça de abrir o coração dos colonizadores e dos indígenas.

Nesta imploração podemos ainda ver este humilde frade ajoelhado diante da “Mãe do mesmo Deus”, a “Morenita”, que levou seu Filho ao Novo Mundo, ressaltou.

Desde então, prosseguiu o Santo Padre, Nossa Senhora de Guadalupe se tornou, de fato, a Padroeira de todo o continente americano. Não é possível separá-la do coração do povo americano. Efetivamente, Ela constitui a raiz comum deste continente.

“Aliás – observou Francisco –, a missão continental se consagra a Ela que é a primeira e santa discípula-missionária, presença e companhia, fonte de conforto e de esperança. A Ela que está sempre à escuta para proteger seus filhos americanos.”

Em terceiro lugar, destacou o Papa, contemplemos o testemunho de santidade de Frei Junípero – um dos padres fundadores dos EUA, santo da catolicidade e especial protetor dos hispânicos do país –, a fim de que todo o povo americano redescubra a própria dignidade, consolidando sempre mais sua pertença a Cristo e à sua Igreja.

Concluindo, o Papa Francisco pediu que um impetuoso vento de santidade percorra em todas as Américas o próximo Jubileu extraordinário da Misericórdia! E também pediu a intercessão de Nossa Senhora de Guadalupe, de Frei Junípero e dos outros santos e santas americanos, a fim de que conduzam-no e guiem-no em suas próximas viagens apostólicas à América do Sul e à América do Norte. E também por essas intenções pediu a todos que continuem rezando por ele. (RL)








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