A opção preferencial pelos pobres e excluídos no Documento de Aparecida


Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, dedicamos a última edição do quadro “O Brasil na Missão Continental” ao tema da “opção preferencial pelos pobres excluídos, no Documento de Aparecida. Hoje retornamos ao tema para concluí-lo.

Vale ressaltar que a centralidade dos pobres no Evangelho e, consequentemente, na missão evangelizadora da Igreja, reporta-nos naturalmente ao tema da opção preferencial pelos pobres.

A esse propósito, vale lembrar também que um dos pontos que, sem dúvida, tem caracterizado o Magistério do Papa Francisco, é sua atenção pelos pobres e excluídos, por aquelas realidades de periferias geográficas e existenciais – como costuma chamar.

O Papa Francisco afirma-nos que o Evangelho sem os pobres é incompleto, lembra-nos que os pobres estão no centro do Evangelho, no coração deste, e que se os pobres são retirados do Evangelho, não é possível entender plenamente a mensagem de Cristo.

Mas voltemos ao tema da “opção preferencial pelos pobres e excluídos no Documento de Aparecida, cuja redação foi presidida pelo então arcebispo de Buenos Aires, o então Cardeal Bergoglio. Na edição passada trouxemos os números 391, 393 e 395. Hoje concluiremos trazendo os números 396, 397 e 398.

396. Comprometemo-nos a trabalhar para que a nossa Igreja Latino-americana e Caribenha continue sendo, com maior afinco, companheira de caminho de nossos irmãos mais pobres, inclusive até o martírio. Hoje queremos ratificar e potencializar a opção preferencial pelos pobres feita nas Conferências anteriores. Que sendo preferencial implique que deva atravessar todas nossas estruturas e prioridades pastorais. A Igreja Latino-americana é chamada a ser sacramento de amor, de solidariedade e de justiça entre nossos povos.

397. Nesta época costuma acontecer de defendermos de forma demasiada nossos espaços de privacidade e lazer, e nos deixemos contagiar facilmente pelo consumismo individualista. Por isso, nossa opção pelos pobres corre o risco de ficar em um plano teórico ou meramente emotivo, sem verdadeira incidência em nossos comportamentos e em nossas decisões. É necessária uma atitude permanente que se manifeste em opções e gestos concretos, e evite toda atitude paternalista. É solicitado que dediquemos tempo aos pobres, prestar a eles uma amável atenção, escutá-los com interesse, acompanhá-los nos momentos difíceis, escolhê-los para compartilhar horas, semanas ou anos de nossas vidas e, procurando, a partir deles, a transformação de sua situação. Não podemos esquecer que o próprio Jesus propôs isso com seu modo de agir e com suas palavras: “Quando deres um banquete, convida os pobres, os inválidos, os coxos e os cegos” (Lc 14,13).

398. Só a proximidade que nos faz amigos nos permite apreciar profundamente os valores dos pobres de hoje, seus legítimos desejos e seu modo próprio de viver a fé. A opção pelos pobres deve nos conduzir à amizade com os pobres. Dia a dia os pobres se fazem sujeitos da evangelização e da promoção humana integral: educam seus filhos na fé, vivem uma constante solidariedade entre parentes e vizinhos, procuram constantemente a Deus e dão vida ao peregrinar da Igreja. À luz do Evangelho reconhecemos sua imensa dignidade e seu valor sagrado aos olhos de Cristo, pobre como eles e excluído como eles. Desta experiência cristã compartilharemos com eles a defesa de seus direitos.

Nosso quadro “O Brasil na Missão Continental” por hoje vai ficando por aqui. Semana que vem tem mais, se Deus quiser. Até la! (RL)

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