Papa: Ecumenismo não é opção, sangue dos mártires nos una


Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na manhã desta quinta-feira (30/04), no Vaticano, os membros da Comissão Internacional anglicano-católica que nestes dias se reuniram para uma nova sessão de diálogo e que atualmente estuda a relação entre Igreja universal e Igreja local com particular referência aos processos de confronto e de decisões sobre questões morais e éticas.

Francisco recordou que esse diálogo é fruto do histórico encontro ocorrido em 1966 entre o Papa Paulo VI e o Arcebispo Ramsey, que deu início à Primeira Comissão Internacional anglicano-católica. Naquela ocasião – sublinhou ainda o Santo Padre – ambos rezaram com confiança para que se realizasse “um sério diálogo que, baseado nos Evangelhos e nas antigas tradições comuns”, pudesse levar “àquela unidade na verdade para a qual Cristo rezou”.

Aproximação

“Nós ainda não atingimos esse objetivo, mas estamos convencidos de que o Espírito Santo continua a nos empurrar nessa direção, apesar das dificuldades e dos novos desafios. A presença de vocês hoje é um sinal de que a tradição de fé e a história partilhada por anglicanos e católicos podem inspirar e apoiar os nossos esforços para superar os obstáculos que se interpõem à plena comunhão. Conscientes da importância dos desafios que temos pela frente, com realismo estamos confiantes de que poderemos realizar juntos ainda muitos progressos”.

Francisco recordou ainda que em breve serão publicadas cinco declarações comuns produzidas até agora na segunda fase do diálogo anglicano-católico, acompanhadas por comentários e respostas.

Unidade dos cristãos

A causa da unidade não é um compromisso opcional e as divergências que nos dividem não devem ser aceitas como inevitáveis. Alguns gostariam que, após 50 anos, houvesse maiores resultados no que diz respeito à unidade. Apesar das dificuldades, não podemos desanimar, mas devemos confiar ainda mais no poder do Espírito Santo, que pode nos curar e nos reconciliar e fazer o que humanamente parece impossível.

Francisco disse em seguida que há uma ligação forte que nos une, para além de toda divisão: é o testemunho dos cristãos que pertencem a Igrejas e tradições diferentes, vítimas de perseguições e violências apenas por causa da fé que professam.

“O sangue destes mártires irá alimentar uma nova era de compromisso ecumênico, uma nova apaixonada vontade para cumprir a vontade do Senhor: que todos sejam um (Jo 17:21). O testemunho destes nossos irmãos e irmãs nos encoraja a sermos ainda mais coerentes com o Evangelho e a nos esforçarmos para alcançar, com determinação, o que o Senhor deseja para a sua Igreja. Hoje, o mundo precisa urgentemente do testemunho comum e alegre, dos cristãos, da defesa da vida e da dignidade humana para a promoção da paz e da justiça”.

O Papa concluiu invocando os dons do Espírito Santo, para sermos capazes de responder corajosamente aos “sinais dos tempos”, que chamam todos os cristãos à unidade e ao testemunho comum. (SP)

 

 








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