Dia da Memória às Vítimas das Armas Químicas


Genebra (RV) – Recorda-se neste 29 de abril o Dia da Memória em honra às vítimas das guerras químicas. A recorrência tem uma particular importância, pois é o dia em que, em 1997, entrava em vigor a Convenção sobre Armas Químicas, o primeiro tratado voltado a interditar os arsenais de uma vasta gama de armamentos. A Rádio Vaticano conversou com o Diretor do Departamento Pugwash, em Genebra, Sergey Batsanov:

“Hoje é o Dia Internacional da memória por todas as vítimas das armas químicas. É um dia um pouco especial este ano, pois há 100 anos, durante a I Guerra Mundial, teve início a grande guerra química. O 29 é o aniversário da organização pela proibição das armas químicas, outro notável momento da história. De fato, em 1992, foi negociada esta Convenção que proíbe todas estas classes de armas de destruição em massa”.

RV: Qual o empenho da ONU nesta questão atualmente?

“A própria ONU, dois anos após, produziu a definição de armas de destruição de massa: armas nucleares, armas químicas, biológicas e radiológicas. Hoje, temos já duas Convenções sobre a proibição das armas químicas e outra convenção sobre armas biológicas. Sobre armas nucleares a situação é muito mais complicada. Temos cinco países detentores de armas nucleares, reconhecidos internacionalmente. Temos depois, três países que produziram as suas armas nucleares muito mais tarde, isto é, a Índia, Paquistão e Coreia do Norte. Temos um outro país que nem mesmo quer reconhecer o fato de posse, isto é, Israel. O problema mais importante de hoje, é começar o verdadeiro processo  de desarmamento nuclear”.

RV: Quais são os novos desafios?

“Deve-se, em primeiro lugar, concluir o processo de destruição na Rússia e nos Estados Unidos. Estes países não conseguiram completar a destruição como previa a Convenção. Permanecem ainda os países contrários à participação a esta Convenção. A universalização da Convenção ainda não foi obtida e depois, existe o problema de como prevenir o uso das substâncias tóxicas industriais, que nós não consideramos durante a negociação sobre a Convenção mas que agora, com o desaparecimento das armas muito tóxicas, muito potentes, podem atrair algum interesse por parte de quem gostaria de manter a opção pela guerra química”. (JE)

 








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