A opção pelos pobres e excluídos no Documento de Aparecida


Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso quadro semanal “O Brasil na Missão Continental”. A última edição com a participação do bispo de Caicó, Dom Antônio Carlos Cruz Santos, MSC, teve como tema “Ou o Evangelho é Boa Notícia a partir dos pobres, ou não é Boa notícia para ninguém”, extraído de uma das considerações do bispo da diocese potiguar.

A centralidade dos pobres no Evangelho e, consequentemente, na missão evangelizadora da Igreja, reporta-nos naturalmente ao tema da opção preferencial pelos pobres.

A esse propósito, um dos pontos que, sem dúvida, tem caracterizado o Magistério do Papa Francisco, é sua atenção pelos pobres e excluídos, por aquelas realidades de periferias geográficas e existenciais – como costuma chamar.

Antes mesmo da celebração de início solene de seu Pontificado, Francisco pediu uma Igreja pobre e para os pobres, e insiste sempre que esta esteja com os pobres, no meio deles.

O Papa Francisco afirma-nos que o Evangelho sem os pobres é incompleto, lembra-nos que os pobres estão no centro do Evangelho, no coração deste, e que se os pobres são retirados do Evangelho, não é possível entender plenamente a mensagem de Cristo.

Pois bem, na edição de hoje vamos nos ater, mais uma vez, ao que o Documento de Aparecida – cuja redação, vale a pena recordar, foi presidida pelo então arcebispo de Buenos Aires, o então Cardeal Bergoglio – nos diz sobre a opção preferencial pelo pobres. Recentemente trouxemos os números 392, 394 e 396. Hoje veremos o números 391, 393 e 395:

391. Dentro desta ampla preocupação pela dignidade humana, situa-se nossa angústia pelos milhões de latino-americanos e latino-americanas que não podem levar uma vida que responda a essa dignidade. A opção preferencial pelos pobres é uma das peculiaridades que marca a fisionomia da Igreja latino-americana e caribenha. De fato, João Paulo II, dirigindo-se a nosso continente, sustentou que “converter-se ao Evangelho para o povo cristão que vive na América, significa revisar todos os ambientes e dimensões de sua vida, especialmente tudo o que pertence a ordem social e à obtenção do bem comum”.

393. Se esta opção está implícita na fé cristológica, os cristãos, como discípulos e missionários, são chamados a contemplar nos rostos sofredores de nossos irmãos, o rosto de Cristo que nos chama a servi-lo neles: “Os rostos sofredores dos pobres são rostos sofredores de Cristo”. Eles desafiam o núcleo do trabalho da Igreja, da pastoral e de nossas atitudes cristãs. Tudo o que tenha relação com Cristo, tem relação com os pobres e tudo o que está relacionado com os pobres reivindica a Jesus Cristo: “Quando fizeram a um deste meus irmãos menores, fizeram a mim” (Mt 25,40). João Paulo II destacou que este texto bíblico “ilumina o mistério de Cristo”. Porque em Cristo, o maior se fez menor, o forte se fez fraco, o rico se fez pobre.

395. O Santo Padre nos recorda que a Igreja está convocada a ser “advogada da justiça e defensora dos pobres” diante das “intoleráveis desigualdades sociais e econômicas”, que “clamam ao céu”. Temos muito que oferecer, visto que “não há dúvida de que a Doutrina Social da Igreja é capaz de despertar esperança em meio às situações mais difíceis, porque se não há esperança para os pobres, não haverá para ninguém, nem sequer para os chamados ricos”. A opção preferencial pelos pobres exige que prestemos especial atenção àqueles profissionais católicos que são responsáveis pelas finanças das nações, naqueles que fomentam o emprego, nos políticos que devem criar as condições para o desenvolvimento econômico dos países, a fim de lhes dar orientações éticas coerentes com sua fé.

Amigo ouvinte, por hoje é só. Semana quem vem tem mais, se Deus quiser! Ouça clicando acima. (RL)








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