Nova presidência da CNBB tomará posse no encerramento da AG


Aparecida (RV) – Desde ontem a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, tem uma nova presidência. Como novo presidente, no lugar de Dom Raymundo Damasceno Assis, foi escolhido o Arcebispo de Brasília (DF), Dom Sérgio da Rocha, eleito na manhã desta segunda-feira (20/04). O novo presidente foi escolhido ainda no primeiro escrutínio, após receber 215 votos, superando assim os 196 que correspondem aos dois terços necessários para a eleição. Já como Vice-presidente foi escolhido o Primaz do Brasil, Arcebispo de Salvador (BA), Dom Murilo Krieger. Foi confirmado como Secretário-Geral, Dom Leonardo Steiner.

Apesar de Dom Sérgio ter sido um dos bispos mais cogitados desde o início da 53ª Assembleia Geral, o Arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha, que presidiu a CNBB entre os anos de 2007 e 2011, considera o resultado surpreendente:

“Ser eleito logo no primeiro escrutínio é de fato surpreendente. (...) Para ser eleito, é necessário pelo menos dois terços dos votos apurados. Atingir esse percentual tão elevado mostra o consenso em torno do nome de Dom Sérgio, porque foi de fato com muita sabedoria e na luz do Espírito Santo. Dom Sérgio é uma pessoa muito sensata, muito equilibrado, muito firme, de posições claras e definidas, muito cordial, tem todas as qualidades para ser um excelente presidente da CNBB”.

Dom Geraldo Lyrio acredita que o arcebispo de Brasília deverá dar continuidade à gestão atual de Dom Raymundo Damasceno Assis, cardeal arcebispo de Aparecida. “Na Igreja não há ruptura entre uma eleição e outra, há continuidade, é cada um trazendo sua contribuição pessoal”, explicou. A continuidade a que se refere deve-se às Diretrizes Gerais para Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, aprovadas no último sábado (18). “Só depois de aprovadas as diretrizes, passamos a eleger aqueles que vão colocar em prática o que a Assembleia já decidiu”, concluiu. 

Foi nomeado bispo pelo papa João Paulo II em 2001, como auxiliar de Fortaleza (CE) e sua ordenação episcopal foi realizada em agosto do mesmo ano, na Catedral de São Carlos (SP), pelos bispos ordenantes dom José Antônio Aparecido Tosi Marques, dom Joviano de Lima Júnior e dom Bruno Gamberini.

Em janeiro de 2007 o papa Bento XVI o nomeou como arcebispo coadjutor da arquidiocese de Teresina (PI). Também pelo papa Bento XVI, em 2011, foi nomeado para arcebispo metropolitano de Brasília.

Dom Sérgio tem como lema episcopal “Omnia in Caritate” – “Tudo na caridade”.

Eis o que disse à Rádio Vaticano logo após ser escolhido como novo presidente da CNBB.

Já o Arcebispo de Salvador (BA) e Primaz do Brasil, Dom Murilo Sebastião Krieger, foi eleito vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na tarde desta segunda-feira por maioria absoluta, no terceiro escrutínio, após receber 199 do total de 286 votos válidos.

Com o lema episcopal “Deus é amor” (Deus caritas est), Dom Murilo é o 15º vice-presidente eleito em Assembleia Geral, para o quadriênio de 2011 a 2019. Durante a 49º Assembleia Geral da CNBB de 2011, foi eleito membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Campanha para a Evangelização da CNBB.

Dom Murilo é autor de dez livros publicados por editoras nacionais, entre eles destaca-se sua última obra “Anunciai a Boa Nova” e “Alegre-se: Deus é amor”.

Nós também conversamos com o novo Vice-presidente da CNBB o Primaz do Brasil, Arcebispo de Salvador (BA), Dom Murillo Krieger.

Já Dom Leonardo Ulrich Steiner, foi reeleito Secretário Geral da CNBB. Ele foi reeleito no segundo escrutínio, realizado no final da última sessão de trabalhos de ontem. Dom Leonardo recebeu 228 votos. Seu lema episcopal é: “Verbo feito de carne”.

Com a eleição de Dom Leonardo, fica completa a nova Presidência da CNBB. 

Eis o que nos disse Dom Leonardo logo após a sua reeleição.

A nova Presidência toma posse na próxima sexta-feira, dia 24, na sessão de encerramento da 53ª Assembleia da CNBB, quando atenderá à imprensa. 
A semana de eleições prossegue com a escolha dos presidentes das 12 Comissões Episcopais Pastorais.

Ainda na sessão da tarde de ontem, os bispos participaram de trabalho de grupo para recolher novas contribuições para o tema do Sínodo sobre a Família. Deste encontro, espera-se de encaminhar avaliações sobre a realidade das famílias no Brasil e contribuições a serem encaminhadas paras os membros do Sínodo. Na reunião, feita por regionais da CNBB, saíram também nomes como sugestão para a eleição dos delegados para o Sínodo de outubro, em Roma.


A 14ª Assembleia Geral ordinária do Sínodo dos Bispos será realizada de 4 a 25 de outubro de 2015, com o tema “A vocação e a missão da família na Igreja, no mundo contemporâneo”. 

A missa de ontem, segunda-feira, dia 20, no Santuário Nacional, foi dedicada aos bispos falecidos. Presidiu a celebração o Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), Cardeal Orani João Tempesta, e concelebraram o Arcebispo de Cascavel (PR), Dom Mauro Aparecido dos Santos, e o Bispo de Roraima (RR), Dom Roque Paloschi. “Suas vidas, doadas pela causa do Reino e na fidelidade até o fim de seus dias neste mundo, são para nós um exemplo que permanece”, afirmou Dom Orani ao referir-se aos bispos falecidos desde a 52ª AG, realizada em 2014.

“Quantos nomes e quantas histórias teríamos para escutar sobre esses nossos irmãos. Pelos diversos cantos do Brasil eles foram a presença do Cristo Pastor em meio a várias situações que enfrentaram no dia-a-dia de seu pastoreio. Hoje pedimos ao Senhor que acolha na glória esses servos fiéis para que gozem a visão beatifica na bem aventurança eterna”, acrescentou. 

Na reflexão da liturgia do dia, Dom Orani considerou o testemunho apresentado na primeira leitura, dos Atos dos Apóstolos. “Estevão é ousado, um entusiasta. Seu entusiasmo vem do seu encontro com o Senhor. É fruto também de uma particular compreensão do plano de Deus, que previa o anúncio do Evangelho não só em Jerusalém, mas até os confins da Terra”, explicou.

Sobre o destino de mártir a que Estevão se submeteu, Cardeal Orani citou os “importantes frutos” produzidos entre os judeus de língua grega e entre os gregos, em uma conversão da “aparente perda” no ganho “para que o Evangelho alcance o mundo inteiro”. O arcebispo do Rio de Janeiro recordou os “atuais mártires Cristãos”, mortos por professar sua fé em Jesus, e os bispos falecidos. “Ao trabalhar na obra de Deus, acreditando naquele que o Pai enviou, recordamos com carinho tantos irmãos bispos que assim viveram e por Cristo deram suas vidas”, lembrou.

Ao refletir sobre as palavras do Evangelho de João, foram propostos questionamentos sobre o sentido de trabalhar pelo pão “alimento que permanece para a vida eterna”. “A figura de Estevão e a palavra de Jesus no final do Evangelho de hoje, nos questiona a cada momento sobre o tipo de testemunho que somos chamados a dar nesta mudança de época”, disse.

Como sugestão, Dom Orani citou a proposta do papa Francisco de testemunhar a alegria e a misericórdia “nesses tempos de tantas desilusões e cansaços”. As implicações e problemas da realidade não devem causar desespero, mas enfrentados com a coragem de Estevão, “que com o rosto de um anjo anunciava os novos tempos, porque acreditou naquele que o Pai enviou e, dessa forma, fazia as obras de Deus”.

Na memória dos bispos falecidos, o cardeal Orani pediu que os exemplos dos que partiram edifiquem os membros do episcopado e que “as semeaduras que lançaram à terra ainda prossigam frutificando para a glória de Deus e o bem da sua Igreja”. Ao final, fez uma oração de agradecimento:

Obrigado, Senhor, pelas testemunhas corajosas e ousadas que continuas a enviar à tua Igreja.

Obrigado pelos profetas incômodos, uns e outros sacodem adversários e amigos dentro e fora de nossos ambientes, provocam a difusão do Evangelho em meios onde não pareceria possível penetrar.

Dá-nos coragem para enfrentarmos decididamente incompreensões e mal-entendidos por causa do teu nome.

Dá-nos força para nos lançarmos a caminhos não andados, porque o Teu Evangelho há de chegar aos confins da terra.

Amém

Dos estúdios da Rádio Vaticano, em Aparecida,SP, Silvonei José.

 








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