Presidente da Itália, Sergio Mattarella, em visita oficial de Estado ao Vaticano


Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre iniciou sua série de audiências, no Vaticano, recebendo, na manhã deste sábado (18.4) o Presidente da República italiana, Sergio Matarella, em visita oficial de Estado. O Chefe de Estado, católico, estava acompanhado pela filha e cinco netos, além de uma comitiva governamental. É a primeira vez que o Presidente Mattarella encontra o Papa.

Após o discurso do Presidente italiano, o Papa tomou a palavra, expressando sua gratidão pela visita do mais Alto Representante do Povo italiano, eleito há apenas dois meses, como também pelas excelentes relações entre a Santa Sé e a Itália. Tais relações foram possíveis através do Tratado de Latrão, que assegurou a soberania e a independência entre ambos os países, como uma sólida colaboração dos valores compartilhados, em vista do bem comum.

Logo, acrescentou o Pontífice, é fundamental, na distinção das diversas competências e no pleno respeito das recíprocas funções, sempre se sentiu a necessidade de uma renovada colaboração, que tem como intuito unir as forças pelo bem de todos os cidadãos:

“A Igreja oferece a todos a beleza do Evangelho e da sua mensagem de salvação. Mas, para desenvolver a sua missão, ela precisa de condições de paz e de tranquilidade, que só os poderes públicos podem promover, com a colaboração da Igreja e o seu válido e útil sustento”.

A história da Itália mostra claramente quanto a contribuição do Cristianismo foi grande para a sua cultura e o caráter da sua população; quanto a fé cristã permeou a arte, a arquitetura e os costumes do país. Assim, a fé se transformou em obras e estas em instituições, a ponto de dar uma fisionomia peculiar à história e modelar quase todos os aspectos da vida, sobretudo da família, primeiro e indispensável baluarte de solidariedade e escola de valores, cujo desenvolvimento deve ser impulsionado.

A seguir, o Santo Padre ressaltou um importante tema, entre os diversos bens necessários para o desenvolvimento da coletividade: o trabalho. Este se distingue pela sua íntima ligação com a dignidade da pessoa, para a construção de uma existência digna e livre:

"De modo especial, a falta de trabalho para os jovens se torna um grito de dor, que interpela os poderes públicos, as organizações intermediárias, os empresários e a comunidade eclesial, a fim de que haja um esforço comum para remediar e solucionar, com justa prioridade, este problema social”.

Para um ordenado crescimento da sociedade, frisou o Papa, é indispensável que as jovens gerações, através do trabalho, tenham a possibilidade de projetar o seu futuro com serenidade. Por isso, todos os que ocupam cargos de especial responsabilidade assumam a tarefa primordial de enfrentar este problema, com coragem, criatividade e generosidade. Além deste aspecto social, o Bispo de Roma abordou outro tema de suma importância: a salvaguarda do ambiente:

“Para tentar aliviar os crescentes desiquilíbrios e poluição, que às vezes provocam verdadeiros desastres ambientais, é preciso adquirir uma plena consciência dos efeitos e das cruéis consequências do nosso comportamento para com a criação”.

Neste sentido, Francisco se referiu à Exposição universal de Milão, prestes a ser inaugurada, que terá como tema: “Nutrir o planeta: energias para a vida”. Trata-se de um evento importante, no qual serão apresentadas as tecnologias mais modernas, necessárias para garantir uma alimentação salutar, segura e suficiente para todos os povos, em pleno respeito pelo meio ambiente:

“Que este evento possa contribuir, como também aprofundar a reflexão sobre as causas da degradação ambiental, de modo a fornecer às autoridades competentes um quadro de conhecimentos e experiências, indispensáveis para adotar medidas eficazes e preservar a saúde do Planeta, que Deus confiou aos cuidados do gênero humano”.

Ao concluir seu discurso ao novo Presidente da República italiana, o Papa expressou sua gratidão pelo empenho do país em acolher os numerosos migrantes, que, correndo risco de vida, pedem acolhida e asilo. “Jamais devemos nos cansar de solicitar um compromisso sério, sobretudo em nível europeu e internacional.

O Santo Padre se despediu do Presidente Mattarella, desejando-lhe os melhores augúrios, no desenvolvimento do seu Alto cargo e,  ao mesmo tempo, desejando que a Itália possa levar em conta as nobres tradições da sua cultura, amplamente inspiradas na fé cristã, afim de progredir e prosperar na concórdia, oferecendo a sua preciosa contribuição para a paz e a justiça no mundo.

Depois da Audiência papal, o Presidente italiano se entrevistou também com o Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, que estava acompanhado pelo Secretário para as Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher. Na ocasião, o Cardeal Parolin apresentou ao Presidente italiano o Corpo Diplomático junto à Santa Sé.

Segundo um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, durante os colóquios cordiais, foi expressa grande satisfação pelas boas relações entre as Santa Sé e a Itália. No encontro foram abordados temas concernentes à situação social italiana, com particular acento sobre a família, a educação, o trabalho e as migrações. No âmbito internacional, as partes expressaram preocupação pelo aumento das violências, sobretudo na área mediterrânea oriental e a norte-africana.

Após o encontro, o Presidente Sergio Mattarella desceu à Basílica de São Pedro, para uma visita de caráter cultural e espiritual, onde foi acolhido pelo Cardeal Angelo Comastri, Arcipreste da Basílica. (MT)

Por fim, o Presidente Sergio Mattarella desceu à Basílica de São Pedro, para uma visita de caráter cultural e espiritual, onde foi acolhido pelo Cardeal Angelo Comastri, Arcipreste da Basílica. (MT)








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