AG da CNBB: Igreja missionária, solidária e que saiba ouvir


Aparecida (RV) – Segundo dia de atividades da 53ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida. Os trabalhos tiveram inicio com a Santa Missa no Santuário Nacional presidida pelo Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni D’Aniello; concelebraram os bispos recém nomeados.

Os trabalhos na parte da manhã se concentram sobre o Tema Central das Diretrizes e dos leigos cristãos.

Os mais de 400 bispos presentes em Aparecida até o dia 24 de abril irão atualizar as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), levando em consideração os pronunciamentos do Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude em 2013 e a Exortação Apostólica do Papa Francisco,  Evangelii Gaudium. Na Assembleia passada os bispos tomaram a decisão de não mudar a estrutura das Diretrizes, mas sim atualizá-las com o magistério do Papa Francisco.

As atuais Diretrizes contêm cinco urgências para a ação evangelizadora: Igreja em estado permanente de missão; Igreja: casa da iniciação à vida cristã; Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral; Igreja: comunidade de comunidades; e Igreja a serviço da vida plena para todos.

Nós conversamos com Dom Sérgio Rocha, Arcebispo de Brasília e Presidente da Comissão para o Tema Central...

Além da atualização das Diretrizes, os bispos terão a missão de eleger a nova Presidência da entidade, composta pelo presidente, vice e secretário geral. Além disso, serão eleitos os delegados da Conferência para o Sínodo dos Bispos e do Conselho Episcopal Latino Americano (Celam). As eleições serão feitas por meio de urnas eletrônicas e terão início na próxima segunda-feira, dia 20.

A programação da 53ª Assembleia ainda prevê o debate sobre o texto de Estudo 107 da CNBB, “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade”, que trata do papel dos leigos. Ao longo do último ano, a publicação recebeu sugestões e propostas de emendas por todo o país e passará por uma nova avaliação nesta assembleia.

Durante a Assembleia também será discutida e aprovada a segunda edição do texto Pensando o Brasil. Desta vez, o subsídio abordará a temática das desigualdades sociais no Brasil.  

Haverá ainda a continuidade da discussão e aprofundamento sobre o tema do dízimo, iniciada na última assembleia e que, de acordo com a decisão dos bispos, pode ser finalizada na assembleia seguinte ou em alguma reunião do Conselho Permanente da CNBB. “Pode-se chegar a publicar um documento orientativo sobre o dízimo após a finalização das discussões”, disse o Secretário Geral da CNBB, Dom Leonardo.

Os trabalhos da Assembleia estão sendo desenvolvidos em quatro sessões, sendo duas pela manhã (9h15 às 12h45) e duas à tarde (15h40 às 19h30).

Amanhã, dia 17 de abril, sexta-feira, haverá sessão solene ecumênica em Ação de Graças pelos 50 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II. O retiro dos bispos terá início no dia 18, sábado, às 15h, e terminará no domingo, 19, às 11h30, com uma missa no Santuário de Aparecida e envio missionário da juventude. 

Na tarde de ontem tivemos a presença no plenário dos trabalhos da Assembleia de Rubens Ricupero que fez uma exposição sobre a Conjuntura Social. Nós conversamos com ele...

Oblato beneditino, ex-Ministro da Fazenda do Governo Itamar Franco (1992-1994), o Embaixador Rubens Ricupero agradeceu ao Cardeal Dom Damasceno e à CNBB considerando uma honra se dirigir aos bispos daquela que ele assume como “sua igreja”. Ricupero lembrou que teve oportunidade, há 21 anos, de falar à Conferência, em Brasília, quando Dom Luciano Mendes de Almeida era presidente.

Ele disse ter aceitado o convite sem pretensão de revelar algo novo para os bispos que vivem em contato com o povo e com o dia-a-dia, considerando até que esses bispos podem saber mais do que ele sobre a realidade: “quero apenas oferecer uma ajuda ´pensando alto´ a respeito da realidade a partir da sensibilidade de um cristão”.

Na análise do Embaixador Ricupero mostrou que é preciso atenção para algo fundamental da realidade atual: o país não somente não está crescendo, mas está recuando. O crescimento não é tudo, mas pode-se dizer que não sendo tudo, é quase tudo. Sem crescimento não há base para melhorar a vida social”. E lembrou que se o crescimento não for retomado em pouco tempo, as conquistas sociais estão ameaçadas. “As faixas da população que saíram da pobreza extrema, fizeram isso graças ao crescimento. Se não voltarmos a crescer, essas conquistas já começam a mostrar corrosão. Desemprego cresce, perda do valor real dos salários. O Embaixador concluiu citando o Papa Francisco em discurso feito no Brasil, em 2013: “Quando me pedem um conselho, minha resposta é sempre a mesma: diálogo, diálogo, diálogo. Ou se aposta no diálogo e na cultura do encontro ou todos perdemos”.

Sobre a Conjuntura Eclesial falou Mons. Joel Portella Amado, do Rio de Janeiro.

O Secretário Geral da CNBB, Dom Leonardo Urich Steiner falando sobre o encontro dos bispos nestes dias em Aparecida disse que é muito importante na comunhão da Igreja, sendo o verdadeiro ponto alto da Assembleia. “Só de nos encontramos com os bispos já é importante, pois muitos de nós só nos encontramos durante a Assembleia. Mas é um momento no qual refletimos, celebramos, caminhamos juntos, celebramos juntos e esse elo de comunhão e colegialidade é muito importante diante da diversidade do país”, lembra.

“Quero uma Igreja missionária, solidária e que saiba ouvir!”, esse é o refrão que ouvimos em Aparecida nestes dias.

Dos estúdios da Rádio Vaticano em Aparecida, SP, Silvonei José.








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