Após chacina, Quênia ameaça fechar campo de refugiados


Nairóbi (RV) – Um comunicado da vice-presidência do Quênia divulgado no sábado (11/04) informa que as Nações Unidas devem proceder à evacuação daquele que é considerado o maior campo de refugiados do mundo, em Dadaab.

"Nós pedimos ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) para realocar os refugiados em três meses ou nós iremos realocá-los", afirmou o vice-presidente queniano, William Ruto. No Acnurtodavia, nenhum documento oficial foi recebido, afirma a agência AFP. O órgão afirmou que refugiados não podem ser forçados à repatriação e, além disso, o país tem a obrigação internacional de protegê-los.

Xenofobia

A reação de Nairóbi foi considerada xenófoba por defensores dos direitos humanos, uma vez que a maioria dos refugiados é da Somália, mesmo país da milícia extremista islâmica Al Shabaab que promoveu a chacina na Universidade de Garissa. O Papa considerou o massacre um "ato de brutalidade insensata". A organização internacional Human Rights Watch classificou como ilegal o envio de refugiados de volta aos seus países de origem.

Mar de gente

O campo de refugiados de Dadaab é, segundo a ONU, o maior do mundo, abrigando cerca de 350 mil pessoas, sendo a grande maioria somalis. Foi aberto em 1991, depois da derrocada do regime de Siad Barre, que afundou a Somália em uma guerra civil.

Esta não é a primeira vez que Nairóbi ameaça fechar o campo. Em novembro de 2013, após um ataque do Al Shabaab a um shopping center na capital do país, que matou mais de 400 pessoas, o governo havia tentado pela primeira vez evacuar o campo, sem sucesso. (AFP/RB)








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