Sudão do Sul: inexperiência e corrupção, causas da guerra civil


Juba (RV) - "Falar de conflitos étnicos é demasiado simples e ofensivo para pessoas que como eu vem dessa área. Muitas vezes, os conflitos africanos são reduzidos a luta entre clãs e tribos. Não é tão simples", disse Dom Rudolf Deng Majak, Bispo de Wau, no Sudão do Sul, numa entrevista à agência CANAA sobre o conflito em curso no seu país entre as duas facções do partido do governo, o Movimento de Libertação do Povo Sudanês (SPLM), respectivamente guiado pelo presidente, Salva Kiir, e pelo ex-vice-presidente, Riek Machar.

Dom Majak afirma que “o conflito decorre da inexperiência da liderança, porque isso é algo que se aprende com a experiência e com os próprios erros”. O Bispo de Wau também enfatiza que "as comunidades sul-sudanesas nunca tiveram a oportunidade de viver juntas como uma nação. “É verdade que sofremos juntos, mas não aprofundamos a nossa formação como nação. Leva tempo, tanto a nível de liderança quanto de povo".

"Pela primeira vez em sua história, o povo do Sudão do Sul tem o seu próprio Parlamento, um Governo e seu próprio Exército. Leva tempo para que essas grandes responsabilidades amadureçam, permitindo o desenvolvimento de uma comunidade pacífica, estável e próspera", disse ele.

Dom Majak recorda, por fim, que o conflito civil que explodiu em dezembro de 2013, também é resultado da corrupção, em parte alimentada pela pobreza, porque "as pessoas estavam se levantando das cinzas e da poeira da destruição da guerra civil”. Por esta razão, o Bispo de Wau acredita que as sanções econômicas que a ONU quer impor aos responsáveis da guerra civil sejam inúteis, porque essas pessoas continuarão acumulando riquezas a seu modo e os afetados serão os povos inocentes. (MJ)

 

 

 








All the contents on this site are copyrighted ©.