Para Francisco, "opção pelos pobres" é cultura de vida


Cidade do Vaticano (RV) - Alegria, responsabilidade e ternura: somente com essa atitude o cristão pode responder concretamente à interrogação “o que podemos fazer para difundir a cultura da vida?” Foi o que indicou o secretário geral do Sínodo dos Bispos, Cardeal Lorenzo Baldisseri, na conferência que fez esta terça-feira, em Bratislava, num encontro organizado pela Conferência Episcopal Eslovaca.

Convidado pelo presidente dos bispos eslovacos, Dom Stanislav Zvolenský, o purpurado contextualizou e aprofundou a vocação e a missão da família, em vista da assembleia ordinária de outubro próximo.

Após ter recordado o vigésimo aniversário da Evangelium vitae, a encíclica que João Paulo II dedicou a este tema, o Cardeal Baldisseri fez um aceno à cultura da vida no magistério do Papa Francisco, o qual – explicou – convida a “alargar”, na luta, a linha frente.

De fato, aquilo contra o qual se deve combater “não é somente a manipulação da vida hoje possível mediante a perniciosa aliança entre biotecnologias sofisticadas e ideologias libertárias, muitas vezes patrocinada por grupos de poder”, mas também “a inaceitável humilhação da vida produzida por um pacto perverso entre política e economia de mercado”.

Efetivamente, acrescentou, para o Pontífice “a cultura da vida torna-se uma só coisa com a ‘opção pelos pobres’”, que é “bem diferente do vago e fácil assistencialismo”.

Apesar disso, advertiu o purpurado, o Papa Bergoglio “ensina a não ceder ao pessimismo e a evitar as polarizações. Seu pensamento não é um pensamento ‘contra’, mas ‘prol’; não é um ‘não’, mas um ‘sim’. Trata-se de assumir um novo estilo, em que os conteúdos irrenunciáveis do Evangelho da vida sejam todos reiterados e proclamados, mas com a atenção para evitar a tentação” de impor “fardos insuportáveis”.

Essa, observou, “é a grande revolução de Francisco: a revolução das linguagens e das atitudes, na fidelidade à doutrina de sempre; a revolução da ternura e da misericórdia, que de modo espontâneo evoca à mente as palavras pronunciadas por João XXIII no início do Concílio Vaticano II”.

A última parte do pronunciamento do secretário geral do Sínodo dos Bispos foi dedicada à estreita relação existente entre o Evangelho da vida e o Evangelho da família, à luz do “dúplice Sínodo” querido pelo Papa Francisco.

Por fim, ao cair da tarde o Cardeal Baldisseri presidiu na Catedral de São Martinho, com a participação de numerosas famílias, à celebração eucarística na vigília da solenidade da Anunciação do Senhor. (RL)








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