2015-03-17 12:23:00

D. Auza: reconhecer contribuição da mulher para humanidade


Dom Auza: reconhecer contribuição da mulher no passado, presente e futuro da humanidade

 

Dom Bernardito Auza, Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, participou na última sexta-feira em Nova York, numa conferência sobre “A Família como Agente para a Igualdade e os Direitos Humanos da Mulher”. No âmbito das muitas discussões que decorrem sobre o estado da mulher hoje, o arcebispo começou por sublinhar na sua intervenção a importância de falarmos também da dignidade da mulher no contexto do matrimónio, da maternidade e da família, porque o verdadeiro respeito pela mulher começa com a aceitação dela com todos os aspectos da sua humanidade, o que comporta a criação de condições para ela viver livre e plenamente. Na verdade, disse D. Auza, quando as mulheres têm a oportunidade de manifestar em completa apreciação todos os seus talentos e potencialidades, a sociedade inteira beneficia.

Temos, portanto, de promover uma atmosfera em que homens e meninos - e as próprias mulheres e meninas - podem apreciar melhor a grandeza da mulher, que inclui não apenas os aspectos que ela partilha com o homem, mas também os dons únicos que dizem respeito a ela como mulher, como a sua capacidade para a maternidade entendida não apenas como um acto reprodutivo, mas como um modo de vida espiritual, educacional, afectivo, carinhoso e cultural, disse D. Bernardito Auza. Esta promoção, disse, é urgente sobretudo nesta nossa época em que o valor e a dignidade da maternidade nalgumas sociedades não é suficientemente defendido, apreciado e promovido, e se deixam as mulheres - cultural e legalmente - em condições de escolher entre o seu desenvolvimento intelectual e profissional, e o seu crescimento pessoal como esposas e mães.

Em seguida D. Auza recordou que a própria Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que "a maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais" e que "a família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à protecção da sociedade e do Estado". Quando esta "célula fundamental da sociedade" é ignorada ou atacada, devemos reagir e falar em seu favor, francamente e com respeito por todos, e com coragem lutar por melhores estruturas e políticas que apoiem as mulheres que trabalham e desejam ter filhos, ou que se querem dedicar, total ou parcialmente, aos cuidados da sua família.

A humanidade – prosseguiu D. Auza na sua intervenção - deve a sua sobrevivência à escolha que as mulheres fazem não apenas de acolher filhos, mas também de criá-los para serem virtuosos e autenticamente humanos, sublinhando que são as mães que dão às crianças a confiança e segurança que precisam para desenvolver a sua identidade pessoal e vínculos sociais positivos, de tal modo que o nosso futuro depende da forma que nós, como indivíduos e como sociedade, apoiamos as mães para criarem famílias fortes e saudáveis. Além disso, como diz o Papa Francisco, "as mulheres sabem como encarnar o rosto carinhoso de Deus, a sua misericórdia, que se traduz na vontade de dar tempo em vez de ocupar espaço, acolher, em vez de excluir"

O 20° aniversário da Declaração de Beijing, concluiu o arcebispo, deve ser ocasião propícia para reflectirmos mais profundamente em todas estas questões e, todos juntos, pensarmos e agirmos rumo a um reconhecimento e apreciação mais completos das insubstituíveis e enormes contribuições que as mulheres têm para o nosso passado, o nosso presente e o nosso futuro. (BS)








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