Cardeal Filoni: para a África, solidariedade e não espoliação dos recursos


Cidade do Vaticano (RV) - Em Cristo, este amado Continente de São Daniel Comboni – onde o fundador do combonianos quis concluir a sua existência terrena – “precisa de líderes políticos corajosos e proféticos, que saibam inspirar-se no Evangelho; de bispos e sacerdotes segundo o coração de Cristo; de leigos generosos e responsáveis, de filhos devotos, que olham para a própria terra não como lugar problemático e avaro, mas abundante do bem e da esperança que se semeia a se constrói”.

Foram as palavras com as quais o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni, concluiu a homilia da celebração que presidiu este domingo no encerramento do Simpósio “África, continente em caminho”.

Promover reconciliação, paz e justiça na África

O prefeito do dicastério missionário citou os dois Sínodos Especiais que de modo aprofundado escrutaram a África, em 1994 e em 2009, dos quais tiveram origem as Exortações apostólicas “Ecclesia in Africa” e “Africae Munus”.

Em particular – refere a agência missionária Fides –, esta última focalizou a atenção na necessidade da reconciliação, da promoção da paz e da justiça, na verdade. “Palavras mais do que nunca oportunas – comentou o purpurado – no contexto de um Continente atormentado por numerosas guerras, violências e ódios, especialmente no norte (Líbia), e na Região subsaariana (Nigéria, Níger, Chade, Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo e, ao norte deste, o Sudão do Sul).”

“E o que dizer das outras guerras: o vírus ebola, a malária, a dengue, a Aids, e as numerosas doenças endêmicas que atingem a população em todos os lugares? Ademais, encontram-se as divisões tribais, os saqueios das riquezas naturais e minerais, a pobreza de muitos que contrasta com as riquezas de poucos e a corrupção em vários níveis.”

Regenerar a África com a África

“Africae Munus” exortou a África a ter coragem, a levantar-se, a tomar o caminho. “Trata-se de um apelo à regeneração do Continente – disse o prefeito de Propaganda Fide –, quase ressonância daquele ‘Plano para a regeneração da África’, que foi concebido com por São Comboni em 1864, 150 anos atrás.”

“A ideia central: ‘regenerar a África com a África’, hoje, podemos dizer, é mais que ‘ideia’ se, como é verdade, que este Continente conta hoje cerca de 536 circunscrições eclesiásticas numa população estimada em um milhão, sessenta e seis mil, cento e quarenta habitantes, com duzentos milhões de católicos... o sonho de Comboni, graças à obra de religiosos, religiosas e leigos, adquiriu consistência e tornou-se uma realidade nestes 150 anos de missionariedade.”

Em seguida, comentando as leituras do dia, o Cardeal Filoni ressaltou que a África “precisa de encorajamento e de solidariedade. Não precisa de migrações, de aquisição de armas nem de saqueios. Precisa de solidariedade: este é o novo sonho!”

E concluiu: “Cristo permanece sendo a fonte da sua regeneração espiritual e moral. A África não deve ser um ‘problema’, como por vezes, por exemplo, pensam as sociedades opulentas ocidentais, mas uma terra capaz de crescer e desenvolver-se, e de participar do bem e da vida internacional”. (RL)








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