Phnom Penh (RV) - "Não poluir, fazer um jejum ecológico, respeitar a natureza, e proteger o seu corpo que, por causa dos poluentes, torna-se vulnerável a muitas doenças como infecções pulmonares e tumores."
Está é a proposta quaresmal feita pelos jesuítas cambojanos, reunidos na província da Ásia-Pacífico que quer dar uma sacudida no estilo de vida consumista e pouco previdente do povo, mas ao mesmo tempo tocar alguns pontos-chave da região do Sudeste Asiático, onde alguns projetos industriais destroem o ambiente.
Segundo o jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano, os jesuítas cambojanos notam
que "os primeiros a sofrerem com os poluentes são os pobres, por causa de seu acesso
limitado à água potável, aos alimentos e ao ar puro. A principal causa de morte em
países de baixa e média renda não é somente a desnutrição, a tuberculose, a malária
e o HIV/AIDS, mas a poluição", afirmam num documento os religiosos cambojanos. De
acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 7 milhões de pessoas morrem a
cada ano por causa da poluição do ar e 90% delas vivem na Ásia.
"Durante a Quaresma, quando se entra no 'deserto' para refletir sobre si mesmos, precisamos
avaliar também a responsabilidade pessoal no envenenamento do ambiente e das pessoas,
especialmente os pobres", sublinham os jesuítas. "Por isso, é bom caminhar a pé ou
andar de bicicleta, limitando o uso de veículos a motor, abandonar o uso de sacos
de plástico e coisas descartáveis, redescobrindo a arte da reciclagem de materiais.
Não só dar conselhos sobre o não fazer, mas também orientar para as boas práticas
a seguir. A esse propósito, os religiosos lançaram um pequeno programa de reflorestamento,
comprometendo-se a plantar uma árvore a cada vez que um religioso viaja de avião para
deveres pastorais, uma vez que o transporte aéreo é uma importante fonte de aquecimento
global.
Há anos os jesuítas lançaram a estratégia de reconciliação com a criação, engajando-se em três áreas: a revisão do estilo de vida; cuidar de programas de formação para os jovens; gerir os recursos naturais de forma justa e sustentável. Tudo em nome da 'justiça climática' que anima milhões de ativistas cristãos ligados a nível global na rede Movimento Católico Global do Clima. (SF/MJ)
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