Igreja em El Salvador: 500 mártires na Guerra Civil


São Salvador (RV) -  O Arcebispo de São Salvador, José Luis Escobar Alas, disse quarta-feira, 11, que a Igreja Católica salvadorenha estuda os casos de 500 pessoas assassinadas antes e durante a Guerra Civil Salvadorenha (1980-1992) e pedirá ao Vaticano para declará-los mártires.

“Estamos recolhendo o testemunho de mais de 500 irmãos, sacerdotes, religiosos e leigos, especialmente dos catequistas, que deram suas vidas por sua fé”, disse Dom Escobar Alas em uma coletiva de imprensa ao lado do postulador da causa de Dom Óscar Arnulfo Romero, o Arcebispo Vincenzo Paglia.

O Arcebispo salvadorenho não especificou o tempo necessário para a preparação do caso das 500 vítimas, mas salientou que seu desejo é apresentá-lo ao Vaticano porque são verdadeiras testemunhas da fé católica. 

Martírio de Dom Romero abre caminho

Por sua vez, Dom Paglia disse que a declaração do martírio de Dom Romero, assassinado em 1980, “sublinha uma etapa muito importante para conceder o martírio” a outras vítimas da guerra civil salvadorenha e de outros países.

Durante a guerra em El Salvador, diversos membros da Igreja Católica foram mortos, principalmente por esquadrões da morte, que, de acordo com a Comissão da Verdade das Nações Unidas, foram fundados pelo major do exército Roberto d'Aubuisson, criador da opositora Aliança Republicana Nacionalista (ARENA).

Vítimas da Igreja

Entre as vítimas religiosas contam-se seis padres jesuítas da Universidade Centro-Americana (UCA), cinco deles espanhóis; três religiosas estadunidenses da ordem Maryknoll; o sacerdote Italiano Cosme Spessotto, o padre salvadorenho Rutilio Grande e catequistas das Comunidades Eclesiais de Base.

Dom Óscar Romero deve ser beatificado em São Salvador, onde atuou como Arcebispo. Romero nasceu em 15 de agosto de 1917 e foi assassinado durante uma missa em 24 de março de 1980 pelos esquadrões da morte que atuavam no país.    

O crime ocorreu na capela de um hospital da capital de El Salvador. O Arcebispo se tornou alvo desses grupos porque pregava a não-violência e condenava abertamente as diversas violações dos direitos humanos por parte do governo militar local.

(CM)

 








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