Papa aos Bispos norte-africanos: dar testemunho em terra de violências e combates


Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu, na manhã desta segunda-feira, no Vaticano, a senhora Irina Bokova, Diretora Geral da Unesco; o Observador Permanente da Santa Sé, junto às Organizações Internacionais Governamentais, em Viena, Mons. Janusz Urbanczik; Presidente do Conselho de Ministros do Governo Regional do Kurdistão iraquiano, Nechirvan Barzani.

Por fim, Santo Padre recebeu os Bispos da Conferência Episcopal Regional do Norte da África (CERNA), que se encontram em Roma, para a sua visita “ad Limina Apostolorum”. Os Bispos norte-africanos, provenientes de Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia, apresentaram ao Papa uma Carta pastoral intitulada “Servidores da Esperança”.

Durante o encontro, o Papa Francisco entregou-lhes um discurso, em francês, no qual, antes de tudo, agradece aos pastores da Igreja na Líbia e a todas as comunidades eclesiais norte-africanas pela sua presença corajosa em uma área, onde se manifestam grandes “explosões de violência”.

Depois, referindo-se explicitamente aos Bispos norte-africanos, o Pontífice disse: “Os senhores provêm de uma periferia do mundo; os senhores representam o rosto e o coração com os quais Deus chega até aos povos desta periferia. Desta forma, o Papa dirige seu olhar àquelas pessoas que arriscaram e ainda arriscam suas vidas para defender o pequeno rebanho da Igreja, que se encontra em regiões, onde o toque dos sinos se mistura com os tiros de artilharia.

O norte da África se tornou, há muito tempo, terra de conquista de uma maior liberdade de consciência, de dignidade e, ao mesmo tempo, campo de batalha daqueles que pretendem impor as mudanças por meio das armas. Este foi o comentário do Papa, sobretudo em relação à Igreja na Líbia, pela sua coragem, liberdade e perseverança demonstradas pelo clero, os consagrados e os leigos que ali permaneceram, apesar dos inúmeros perigos.

A estas pessoas intrépidas, verdadeiras testemunhas do Evangelho, o Santo Padre encorajou a prosseguir, contribuindo para a construção da paz e da reconciliação para toda a região.

A todos os Bispos norte-africanos, Francisco insiste sobre a necessidade do diálogo inter-religioso: “A fantasia da caridade, disse, consegue abrir inúmeros caminhos para levar o respiro do Evangelho às culturas e aos diversos contextos sociais. O antídoto mais eficaz contra toda forma de violência é a educação à descoberta e à aceitação das diferenças, como riqueza e fecundidade”.

Neste sentido, o Papa recomenda aos Bispos do Norte da África, que, em suas diceses, os sacerdotes, os religiosos e os leigos sejam formados ao diálogo ecumênico e inter-religioso. Convida também a utilizar outra arma infalível em suas Igrejas, além do encontro e do diálogo: a caridade fraterna. Com meios humildes, as suas Igrejas locais demonstram o amor de Cristo para com os pobres, os enfermos, os idosos, as mulheres e os encarcerados, restabelecendo, assim, a sua dignidade humana.

Por fim, em seu discurso aos Pastores do Norte da África, o Bispo de Roma propõe algumas orientações de tipo pastoral: a formação permanente do clero e dos religiosos e religiosas, especialmente neste Ano dedicado à Vida Consagrada, fazendo resplandecer a beleza da santidade, da vocação e do testemunho cristão, sob o exemplo dos santos daquela regi]ao africana: São Cipriano, Santo Agostinho e o beato Charles de Fou c auld, do qual celebraremos o centenário de morte no próximo ano de 2016. (MT)








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