Cidade do Vaticano (RV) - “Quando estamos bem e comodamente instalados, esquecemo-nos certamente dos outros, não nos interessam os seus problemas, nem as tribulações e injustiças que sofrem; e, assim, o nosso coração cai na indiferença: encontrando-me relativamente bem e confortável, esqueço-me dos que não estão bem! Hoje, esta atitude egoísta de indiferença atingiu uma dimensão mundial tal que podemos falar de uma globalização da indiferença. Trata-se de um mal-estar que temos obrigação, como cristãos, de enfrentar.”
Este é um trecho da mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2015.
No texto, o Pontífice reflete sobre a “globalização da indiferença”, que pode atingir três esferas da vida eclesial: a Igreja, as comunidades e cada um dos fiéis.
“A Igreja é, por sua natureza, missionária, não fechada em si mesma, mas enviada a todos os homens”, escreve Francisco, que faz um apelo: “Amados irmãos e irmãs, tornem-se ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença!”.
O Pontífice se dirige a cada um dos fiéis, pedindo que não se deixem absorver pela “espiral de terror e impotência” diante de notícias e imagens que relatam o sofrimento humano.
“Não subestimemos a força da oração!”, escreve o Papa, que recorda que todos podem contribuir para o fim do sofrimento com gestos de caridade, graças aos inúmeros organismos caritativos da Igreja.
“A Quaresma é um tempo propício para mostrar este interesse pelo outro, através de um sinal – mesmo pequeno, mas concreto – da nossa participação na humanidade que temos em comum.”
E conclui: “Para superar a indiferença e as nossas pretensões de onipotência, gostaria de pedir a todos para viverem este tempo de Quaresma como um percurso de formação do coração. Teremos assim um coração forte e misericordioso, vigilante e generoso, que não se deixa fechar em si mesmo nem cai na vertigem da globalização da indiferença”.
Para o Secretário-Geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, essa globalização da indiferença se manifesta no Brasil sobretudo no que diz respeito à violência e à corrupção. Ouça acima a reportagem completa.
(BF)
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