Bispos ucranianos convidam o Papa a visitar o país


Cidade do Vaticano (RV) – “Os desafios pastorais da Igreja ucraniana greco-católica, no contexto da guerra”. Este foi o tema da coletiva de imprensa de Sua Beatitude Svjatoslav Shevchuk, Arcebispo-Mor da Igreja greco-católica ucraniana, realizada na sede da Rádio Vaticano nesta segunda-feira, 23. Na última sexta-feira o Papa Francisco, recebendo em audiência os bispos ucranianos em visita "ad limina", exortou-os a serem solícitos para com os valores do seu povo: “o encontro, a colaboração, a capacidade de resolver disputas. Em poucas palavras: a busca da paz é possível”.

Cenário de guerra

Toda a sociedade ucraniana está ferida, física e psicologicamente. Sua Beatitude Shevchuk traçou um cenário de guerra. Os dados oficiais fornecidos pela ONU não representam a realidade do país: mais de um milhão de deslocados e refugiados, mas - disse –, “o número real é o dobro”. Em 600 mil buscam refúgio em outros Estados; entre os refugiados, 140 mil são crianças, um número apresentado também ao Papa durante a visita “ad limina”. Na ocasião, foi apresentado um convite ao Santo Padre “para visitar a Ucrânia”: “um passo profético”, definido pelo Arcebispo Shevchuk. No Vaticano, os bispos sublinharam a necessidade de “um apelo por uma ação humanitária internacional”.

Liberdade religiosa

O Pontífice, disse Sua Beatitude Shevchuk, desejou que os bispos  provenientes das áreas de Donetsk e Criméia referissem a ele sobre a sua vida quotidiana, que – sublinhou o Arcebispo-Mor - não é a de “fazer política”, mas de “estar ao lado do povo, sentir o cheiro das ovelhas”, como solicitado várias vezes pelo Santo Padre. É claro, o tema da liberdade religiosa na Ucrânia, hoje, é um capítulo de grande atualidade: os tártaros da Criméia, muçulmanos, relatam ser perseguidos, continuou o arcebispo; os “irmãos hebreus” fugiram de Donetsk. E na Criméia, 5 paróquias receberam o pedido para renovar o seu registro: eles fizeram isso, mas por três vezes o pedido foi rejeitado. O convite é então ao respeito da verdade e o compromisso ativo, como faz a Igreja greco-católica ucraniana ou como realizado pelo Conselho Mundial de Igrejas.

O Papa acompanha os ucranianos

O Santo Padre – afirmou o arcebispo-mor – “segue a questão ucraniana, mas era importante que ouvisse o testemunho direto dos bispos que atuam pastoralmente nas áreas de conflito”. “O Santo Padre nos ouviu com coração paterno. Falando do Papa, Dom Shevchuk utilizou várias vezes o verbo “consolar”. “Duas as frases – acrescentou – que particularmente nos impressionaram: ‘Estou ao lado de vocês, estou ao serviço de vocês”. “A Ucrânia – afirmou Dom Shevchuk – é vítima de uma agressão estrangeira. Os ucranianos sentem-se abandonados e traídos por políticos, por diplomatas e pelos poderosos do mundo. O Santo Padre está conosco porque Deus está sempre ao lado de quem sofre”.

Com relação ao convite ao Papa para visitar a Ucrânia, o arcebispo afirmou: “Sabemos que na hora certa virá nos visitar”. “Ele é uma pessoas ativa. Fala pouco mais age muito. Espero que no futuro seremos testemunhas de sua ação”. A uma pergunta específica, o arcebispo-mor disse que apreciaria muito se o Papa escrevesse uma carta aos líderes russo e ucraniano. (SP)








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