Panamá: a festa em Atalaya com o novo Cardeal

Atalaya (RV) - Milhares de peregrinos se reuniram domingo, 22, no festival tradicional do Nazareno de Atalaya, no centro no Panamá, e ouviram o primeiro Cardeal do país, José Luis Lacunza, que defendeu a fraternidade e a solidariedade na Eucaristia, ao presidir a missa com outros bispos do país.

“Esta é uma celebração de filhos e filhas de Deus para renovar nosso compromisso de sermos irmãos e irmãs”, disse em sua homilia, ao celebrar na Basílica de São Miguel Arcanjo, no distrito do mesmo nome, a 250 km a oeste da capital.

O Cardeal chamou o povo panamenho a ser solidário, especialmente com os pobres, e afirmou que a corrupção e o uso indevido de bens do Estado são uma forma de roubar os pobres. “A corrupção, fraude e peculato são furtos inaceitáveis para os pobres”, acrescentou. 

A Justiça do Panamá está investigando vários funcionários do ex-governo de Ricardo Martinelli (2009-2014) por alegada corrupção,
e iniciou o processo para indagar se o ex-presidente foi envolvido em crimes contra a administração pública.

A participação no festival de Nazareno de Atalaya foi o primeiro compromisso de massa de Dom Lacunza, que foi criado Cardeal no último 14 de fevereiro pelo Papa Francisco no Vaticano e chegou ao Panamá na última sexta-feira.

Usando trajes litúrgicos roxos, Dom Lacunza concelebrou a missa com o Núncio Apostólico de Sua Santidade no Panamá, Andrés Carrascosa, e Arcebispo José Domingo Ulloa, Presidente da Conferência Episcopal do Panamá, entre outros.  

“Se vocês vieram a Atalaya para ver um Cardeal perderam seu tempo”, brincou, salientando que a importância do primeiro domingo da Quaresma, é honrar o Nazareno. Peregrinos vieram de longe, e começaram a chegar vários dias antes para participar da missa e da procissão Eucarística.

O Presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, presenciou a cerimônia e declarou que a seu ver, “a mensagem central de Dom Lacunza foi a importância de resgatar a capacidade de servir aos outros”. 

Mais de 200 mil peregrinos de todo o país visitam a imagem do Nazareno de Quarta-feira de Cinzas até Domingo de Ramos, quando se encerra a maior procissão do Panamá. A maioria dos fiéis caminha distâncias enormes para pedir milagres ou fazer pedidos.